As mulheres são as maiores vitimas de assédio sexual nas Forças ArmadasInternet/Reprodução

Militares das Forças Armadas enfrentam nos últimos anos uma série de acusações de assédio e importunação sexual dentro de suas unidades espalhadas pelo país. De acordo com um levantamento da Folha de S. Paulo, a partir de 2018, tanto praças quanto oficiais foram apontados nas 56 ações penais referentes a casos de assédio.
Na maior parte dos casos relatados, são as militares mulheres que sofrem os abusos. Entre os relatos da reportagem, são citados comportamentos como mordidas no pescoço, toques inadequados e ataques físicos diretos.

Em 2022 ocorreram 29 denúncias, o que equivale a uma média de três casos a cada dois meses. Os números não incluem investigações em andamento ou episódios mantidos em sigilo pelas vítimas.
De acordo com a procuradora Najla Nassif Palma, ouvidora da Mulher do Ministério Público Militar, o aumento das denúncias está relacionado à conscientização das mulheres acerca desses abusos e o aumento na confiança sobre os processos de investigação.

"Acredito que esse aumento se deve à construção de uma relação de confiança com as vítimas, para que elas se sintam confortáveis em levar adiante suas denúncias. É por isso que os números estão aumentando. Será que os casos estão ocorrendo mais frequentemente do que no passado? Na minha percepção, não. Acredito que no passado havia uma realidade oculta que não era revelada", disse a procuradora.