Castelo Mourisco, sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em ManguinhosFernando Frazão/Agência Brasil
“Com o tempo, essas parcerias foram ganhando diferentes contornos”. No início, o escritório trabalhava mais com ações voltadas para a cultura científica e projetos sociais. “Depois, a gente começou a trazer projetos de educação, projetos mais na área tecnológica, de desenvolvimento de novas tecnologias para servir ao Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica Donadio.
Na pandemia da covid-19, foi criado o programa Unidos contra a Covid, que mobilizou volume de recursos da ordem de R$ 550 milhões, que possibilitaram iniciativas como a construção da fábrica de produção de ingrediente farmacêutico ativo (IFA), elemento fundamental na formulação de um fármaco; implantação de um barco ambulatório e de cinco usinas de oxigênio na Região Amazônica; implantação de duas centrais de processamento de testes, sendo uma no Rio de Janeiro e outra na cidade de Euzébio (CE).
“Vários projetos e programas que deixaram legados para o SUS e isso também, naturalmente, trouxe outro patamar para a relação da parceria público-privada e da percepção da sociedade em seu conceito mais amplo, envolvendo empresas, fundações, indivíduos, de que é possível apoiar projetos importantes que estão sendo realizados por instituições públicas, como a própria Fiocruz, universidades e outros institutos de ciência e tecnologia em projetos que, se apoiados, vão ter mais força”.
Acesso
A linha central é saúde, mas a Fiocruz desenvolve ações de cultura científica, como o Museu da Vida, que oferece espetáculos teatrais e oficinas audiovisuais. “A gente entende que a promoção da cultura científica é acesso à saúde”. Donadio lembrou que a Fiocruz é a instituição não universitária que mais forma quadros para a área da saúde. “Muita gente se forma ali. A gente tem fortes programas educacionais”.
O Escritório de Captação de Recursos está comemorando 47 parcerias celebradas em 2022 que estão viabilizando 13 projetos, em 2023. A unidade da Fiocruz está buscando construir parcerias para 15 novos projetos nas áreas cultural, social e de tecnologias para o SUS, para execução a partir de 2024.
Olhando para a cultura de doação mais ampla, verifica-se que o Brasil está entre os 20 países do ranking de principais nações solidárias e de participação filantrópica, segundo o relatório anual World Giving Index 2022, produzido pela organização Charities Aid Foundatio’n (CAF), representada no Brasil pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis).
Donadio ressaltou que falta no Brasil uma cultura institucional nas instituições públicas e universitárias de pesquisa para trabalhar esse contexto de parcerias que, se forem estimuladas e chamadas, participam das iniciativas.
O seminário acontecerá presencialmente, das 8h30 às16h30, e também será transmitido pela internet, reunindo diversos especialistas e instituições em três painéis ao longo do dia, que debaterão a A economia criativa como força de desenvolvimento socioeconômico nas periferias; Fundos patrimoniais, funcionam no Brasil?; e O ESG no fortalecimento da Saúde e da Pesquisa no país.
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