O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que não foi convencido a dar um golpe de Estado após das eleições de 2022. Segundo o ex-mandatário, ele nunca teve uma ação "fora das quatro linhas.” O ex-presidente também opinou sobre seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, preso desde o dia 3 de maio por suspeita de envolvimento em grupo que falsificava dados de vacinação contra a Covid-19 no Ministério da Saúde.
“Pensar, todo mundo pensa. De vez em quando, alguém falava alguma coisa. Agora, ninguém tentou me convencer”, disse o ex-presidente em entrevista à revista Crusoé divulgada nesta sexta-feira (28).
Bolsonaro afirmou ainda que é "fácil" realizar um golpe de Estado. “Dar um golpe é a coisa mais fácil que tem. O duro é o day after, o dia seguinte. Como é que o mundo vai se relacionar conosco? Temos experiência de países que tomaram medidas de força e as consequências são péssimas. Você não vê uma ação minha fora das quatro linhas”.
Sobre Mauro Cid, o ex-presidente disse que o tenente-coronel é um homem sem maldade. "O telefone do Mauro Cid era um telefone público. Uma caixa de mensagens. Quando havia qualquer problema, informação sobre agenda, questões de ministros, tudo era no telefone dele. Se ele tivesse maldade, de três em três meses teria sumido com o telefone e com as mensagens, mas ficou tudo aberto”, declarou.
Bolsonaro comentou ainda sobre o coronel do Exército Jean Lawand Junior, acusado de trocar mensagens com Mauro Cid sobre um golpe de Estado.
“Eu nunca tive contato com o coronel Lawand. O Cid passou a ter amizade com algumas pessoas e a ter liberdade de falar o que bem entendesse. É comum você falar uma coisa que não queria e, depois que acontece, você se arrepende. Jamais alguém ia tratar de golpe por WhatsApp”, afirmou o ex-presidente.
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