Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões via Pix em 6 meses, segundo relatório do CoafMarcos Corrêa/PR
Entre os nomes que compõem a lista estão os do locutor de rodeios Cuiabano Lima, o do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga Neto e do empresário Marcos Ermírio de Moraes, herdeiro do Grupo Votorantim.
Conforme o relatório, o ex-mandatário recebeu R$ 17,2 milhões via Pix entre os dias 1° de janeiro e 4 de julho deste ano. O documento indica que as movimentações financeiras aconteceram em "situação atípica e incompatível", e que a maior suspeita é de que o montante foi enviado ao político por conta da campanha de doações realizada para que ele pudesse pagar multas à Justiça.
De acordo com o documento ao qual a Folha de S. Paulo teve acesso, o ex-presidente da República recebeu 769 mil transações via Pix no período. O Coaf lista somente o nome dos 20 maiores doadores, sem especificar se as transações foram feitas por Pix ou transferência bancária.
Mencionados no relatório, Admar Gonzaga Neto, que já advogou para Bolsonaro, transferiu R$ 5 mil para a conta do ex-mandatário, e o bilionário Marcos Ermírio de Moraes e o locutor de rodeios Cuiabano Lima, amigo do ex-presidente, fizeram uma transferência de R$ 10 mil cada um.
Nessa sexta-feira, 28, a defesa de Bolsonaro disse que a divulgação desses pagamentos "consiste em insólita, inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário, espécie, da qual é gênero, o direito à intimidade, protegido pela Constituição Federal no capítulo das garantias individuais do cidadão".
Segundo os advogados do ex-chefe do Executivo, os valores "são provenientes de milhares de doações" feitas por apoiadores de Bolsonaro. "Tendo, portanto, origem absolutamente lícita."
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