Segundo a defesa, a quebra de sigilo financeiro de Cid já foi alvo de apuração da PF em 2021Bruno Spada/Agência Câmara
Segundo a defesa, a quebra de sigilo financeiro de Cid já foi alvo de apuração da Polícia Federal em 2021. 'Pela absoluta normalidade das transações, a autoridade policial não encontrou quaisquer indícios de ilegalidade e não procedeu com qualquer investigação nesse sentido', afirma.
Na nota, a defesa aborda ainda as movimentações financeiras que têm circulado na imprensa, como o fato de Cid ter enviado R$ 368 mil para os EUA em remessa 'atípica' enquanto o ex-presidente Bolsonaro já estava no país. A defesa afirma que o envio de dinheiro para o exterior foi uma 'transferência de patrimônio, devidamente declarada, de sua conta no Brasil para conta de mesma titularidade nos Estados Unidos'.
Os advogados ainda apontam resgates de investimentos para 'quitação de contas familiares' e 'aquisição de imóvel', além da tomada de um 'empréstimo familiar'. Tudo 'devidamente declarado' O documento do Coaf afirma que a 'movimentação elevada' pode 'constituir-se em indícios do crime de lavagem de dinheiro, ou com ele relacionar-se'.
Em seu relatório, o Coaf destrinchou a vida financeira de Cid e apontou quatro nomes que chamaram a atenção dos servidores — um militar preso pela Polícia Federal (PF); um "caixeiro viajante", comerciante que faz negócios fora da cidade ou região em que mora; um ourives, que produz ou vende metais preciosos; e um empresário, tio da mulher de Cid.
Cid está preso desde 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército, suspeito por falsificar cartões de vacina de covid-19, além de documentos da própria família de Bolsonaro. O tenente-coronel também esteve envolvido no caso das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões que o ex-presidente tentou trazer ilegalmente para o Brasil.
No dia 11 deste mês, o militar foi ouvido pela CPMI dos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, mas ficou em silêncio durante todo o depoimento. No dia 13, a Comissão Parlamentar apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) denúncias contra Cid por supostamente ter descumprido a ordem da ministra Cármen Lúcia que o obrigava a falar a verdade em perguntas que não o incriminassem.
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