Ex-CEO da Americanas apresenta atestado e evita CPI
Em janeiro, pouco tempo após a saída de Gutierrez da empresa, veio à tona o rombo contábil de aproximadamente R$ 20 bilhões da varejista
Brasília - Ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, apresentou atestado médico para não depor nesta terça-feira, 1º, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a crise da varejista. Em janeiro, pouco tempo após a saída de Gutierrez da empresa, veio à tona o rombo contábil de aproximadamente R$ 20 bilhões da varejista.
O executivo havia pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF), na semana passada, que fosse dispensado de comparecer à CPI, mas o pedido foi negado. A corte só havia permitido que ficasse em silêncio caso não quisesse responder às perguntas.
Hoje, porém, o advogado de Gutierrez protocolou um atestado médico informando que ele não está em condições de comparecer ao compromisso. Os motivos não foram divulgados.
Uma nova convocação depende do presidente da comissão, o deputado Gustinho Ribeiro (Republicanos-SE).
Em março, Gutierrez depôs na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), onde, conforme interlocutores, apresentou sua perspectiva sobre a sistemática de operações e os desdobramentos dos negócios da varejista. Desde então, se manteve reservado.
Em meados de junho, a CPI ouviu o atual presidente da companhia, Leonardo Coelho Pereira, que afirmou que a fraude envolvia 30 pessoas e apresentou parte das informações de relatório interno de um comitê independente que apura o desfalque internamente.
Dentre as informações trazidas à tona por Coelho está o dado de que a fraude ajudou a incrementar os resultados da companhia ao longo do tempo em R$ 25,3 bilhões até o dia 30 de setembro de 2022. Segundo a varejista, tal resultado decorreu de diversos contratos de verbas de publicidade artificialmente criados para melhorar os resultados, que atingiram o saldo de R$ 21,7 bilhões, enquanto a ausência de lançamento de juros sobre operações financeiras totalizaram o saldo de R$ 3,6 bilhões.
Gutierrez e mais seis ex-diretores teriam liderado a fraude, segundo as informações divulgadas pela Americanas.
Também estava marcado para hoje o depoimento de Fábio da Silva Abrate, ex-diretor Financeiro e de Relações com Investidores.
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