O discurso do procurdor-geral da República, Augusto Aras, teve tom de despedidaFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Augusto Aras, procurador-geral da República, discursou nesta terça-feira, 1º, na sessão de abertura do semestre de atividades do Judiciário brasileiro. Durante a sua fala, Aras se solidarizou com ministros que sofreram agressões recentemente. "Presto a minha solidariedade aos ministros e ministras que foram vítimas de ataques, agressões, seja em território nacional seja alhures e estamos adotando todas as providências necessárias", disse.

No início do mês de julho, o ministro do STF Alexandre de Moraes e seu filho foram agredidos enquanto estavam com a família em um aeroporto de Roma, na Itália. Moraes, sua esposa e seus três filhos prestaram depoimento na Polícia Federal há cerca de uma semana.
Aras também falou em tom de despedida ao afirmar que esta poderia ser seu último discurso antes de deixar o cargo de procurador-geral da República. Isso porque seu mandato se encerra em setembro e o caminho mais provável é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) opte por outra pessoa.

Em uma live realizada pela manhã, Lula disse que a escolha do novo procurador-geral da República é "problema dele" e que vai escutar pessoas de confiança para definir o nome da pessoa que vai ocupar o cargo. "Vou escolher com mais critério, com mais pente fino para não cometer um erro. Não quero escolher alguém que seja amigo do Lula. Eu quero escolher alguém que seja amigo deste país, alguém que não faça denúncia falsa", afirmou.

Anteriormente, o chefe do Executivo já havia dito que não pretende observar critérios tradicionais para fazer a escolha, como a lista tríplice feita pela cúpula do Ministério Público Federal que é enviada ao Palácio do Planalto.