Alguns parlamentares disseram que o apagão é resultado direto da nova gestão petista. Nikolas Ferreira (PL-MG) escreveu que o apagão é "com amor", em referência a uma frase de campanha que foi atribuída a Lula (PT), de que seu novo governo seria o "governo do amor".
Membros da base governista, por outro lado, culparam a privatização da Eletrobrás, feita em 2022 sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Nas redes sociais, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) chamou a privatização da Eletrobrás de "irresponsabilidade", mas disse que o governo Lula mantém a "covardia" com a desestatização. O presidente do seu partido, Carlos Lupi, é o atual ministro da Previdência Social no governo petista.
Ciro Nogueira (PP), ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), falou em "governo do apagão" e criticou, também, a alta no preço dos combustíveis, anunciada na terça pela Petrobras e que começa a valer nesta quarta-feira, 16.
Rogério Correia (PT-MG), vice-líder do governo na Câmara, questionou: "mas não era só privatizar a Eletrobrás?".
Governo investiga causas
O Ministério de Minas e Energia (MME) informou, no período da tarde de terça, que o sistema nacional de energia foi restabelecido às 14h30.
Uma ocorrência no período da manhã levou a separação elétrica do Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste, com abertura das interligações entre essas regiões. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pelo menos 16 mil megawatts (MW) de energia foram interrompidos, afetando principalmente as regiões Norte e Nordeste, além de algumas localidades da região Sudeste.
"O Ministério de Minas e Energia (MME), em atualização à situação de atendimento elétrico brasileiro, informa que o sistema nacional de energia foi restabelecido, às 14h30, restando ajustes pontuais a serem realizados pelas distribuidoras em algumas cidades", informou a pasta.
Durante a manhã, MME criou um gabinete de crise para monitorar o caso. A pasta também determinou a apuração das causas do incidente.
A falta de energia também afetou as operações de várias linhas de metrô do país, como em São Paulo, Salvador e Belo Horizonte. Por causa do problema, as plataformas ficaram cheias de passageiros e os trens operaram com velocidade reduzida. Em alguns casos, os passageiros precisaram caminhar pelos trilhos para deixar os trens parados.
Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, ainda não há informações sobre a causa do apagão. Feitosa explicou que todas as ocorrências de grande porte no sistema de transmissão têm uma regulamentação para avaliação das causas.
"O sistema de transmissão brasileiro é sofisticado, com diversos agentes de transmissão, distribuição e geração. Um evento dessas proporções precisa ser avaliado com critérios para que possamos depois atribuir alguma causa específica. Nesse momento, não temos nenhuma causa repassada", afirmou o diretor.
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