Alexandre Padilha participa das negociações para a entrada do PP e do Republicanos no governoValter Campanato/Agência Brasil
Padilha diz que Lula 'certamente' vai acelerar negociações ministeriais após retorno ao Brasil
O Centrão deseja ocupar a Pasta do Desenvolvimento Social, hoje comandada pelo petista Wellington Dias
São Paulo - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou neste sábado, 26, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai "certamente" acelerar as negociações para acomodar o PP e o Republicanos no primeiro escalão do governo. Lula retorna ao Brasil na segunda-feira, 28, após viagem à África do Sul para reunião do Brics.
"Certamente o presidente Lula vai conduzir no retorno uma decisão que ele já tomou de acolher o pedido de duas bancadas federais em indicar parlamentares para compor o ministério. Isso é uma ação para reforçar o nosso time para o segundo semestre. Certamente no retorno da viagem nós devemos acelerar essas negociações", disse Padilha aos jornalistas durante agenda no bairro de Heliópolis, em São Paulo.
Havia expectativa de que Lula anunciasse os ministérios do Centrão antes da viagem à África. No entanto, a dificuldade em definir o novo desenho da Esplanada fez com que as escolhas fossem adiadas. O chefe do Executivo já decidiu que os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (AM), também líder do PP na Câmara, serão os nomes indicados, mas falta escolher as pastas.
Um dos principais entraves é o comando do Ministério do Desenvolvimento Social, sob Wellington Dias e cobiçado pelo PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL). Enquanto o Centrão insiste em pressionar pelo comando da pasta, Lula quer manter Dias no ministério, mesmo que a avaliação dele dentro do governo não seja tão boa. Os próprios ministros divergem nas apostas sobre os novos rumos da Esplanada.
A forma com que o PT tem conduzido as negociações em torno da reforma ministerial gerou uma irritação entre as lideranças partidárias, especialmente de partidos que já têm ministérios, como o PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin. Há uma insatisfação em relação à falta de diálogo sobre os espaços a serem ocupados pelo Centrão e a tentativa de fragilizar ministros de partidos da base.
Em um dos desenhos que já foram avaliados, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), deixaria o posto para entregar a pasta ao Republicanos. O próprio Alckmin, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, entrou na mira das negociações. No entanto, não há nada definido e a decisão cabe a Lula.
A avaliação de líderes é de que as conversas em torno da minirreforma ministerial têm acontecido por especulações na imprensa. Eles se queixam, por exemplo, que até o momento não houve uma conversa com legendas da base sobre a possibilidade de alguns ministros terem que deixar o posto para acomodar as legendas do Centrão. A dificuldade do PT em ceder espaço em prol de uma ampla coalizão é um outro ponto criticado por lideranças
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