Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro CidLula Marques/ Agência Brasil
Cid foi intimado a depor na semana passada para ser ouvido no inquérito que investiga a suposta contratação dos serviços do hacker Walter Delgatti Neto para tentar invadir as urnas eletrônicas.
O hacker está em prisão preventiva acusado de ter incluído dados falsos sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ação teria sido ordenada pela parlamentar, segundo Delgatti.
Em depoimento à PF, Delgatti disse que essa foi uma das cinco vezes em que ele esteve no Ministério da Defesa com o intuito de tentar criar situações para descredibilizar as urnas eletrônicas.
Na última sexta, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Cid não se comunique com Bolsonaro e com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de outros indivíduos que estão sob investigação. A restrição também se estende à esposa dele, Gabriela Santiago Cid, e a outros ex-ajudantes de ordens que estão sendo investigados.
Além dessas investigações, Cid também está detido sob suspeita de envolvimento em um esquema de fraude de cartões de vacinação contra a Covid-19. Análise do conteúdo encontrado no celular dele pela PF revelou novas informações e contribuiu para a medida tomada por Moraes.
Nos aparelhos de Mauro Cid, a PF disse ter encontrado indícios de que militares da ativa teriam financiado atos golpistas e uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de outubro do ano passado.
De acordo com os investigadores, em "análise parcial dos dados armazenados" no celular de Cid e da esposa dele, foram identificadas "várias mensagens postadas em grupos e chats privados do aplicativo WhatsApp, em que os interlocutores, incluindo militares da ativa, incentivam a continuidade das manifestações antidemocráticas e a execução de um golpe de Estado após o pleito eleitoral de 2022, inclusive com financiamento aos atos ilícitos".
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