Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a invasão ao prédio do Congresso NacionalMarcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília - A Polícia Federal (PF) abriu na manhã desta terça-feira, 25, mais uma etapa da Operação Lesa Pátria para cumprir 53 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de financiar os atos golpistas que devastaram as dependências do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso no dia 8 de janeiro. As diligências estão sendo realizadas em sete estados.
Os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e atingem endereços em sete estados: Minas Gerais (26), São Paulo (12), Santa Catarina (3), Ceará (2), Mato Grosso do Sul (2), Minas Gerais (26), Santa Catarina (3), São Paulo (12) e Tocantins (2).
Esta é a 16ª fase da ação, iniciada ainda em janeiro para "identificar e reunir indícios contra suspeitos de agir, financiar e estimular" os atos golpistas que depredaram as sedes dos três poderes no início do ano. Não há mandados de prisão sendo cumpridos nesta fase da ação.
Segundo a PF, a Justiça determinou o bloqueio de bens, ativos e valores dos investigados. A estimativa é de que o prejuízo às sedes na Esplanada dos Ministérios ultrapassam os R$ 40 milhões. Esse montante pode ser usado, em caso de condenação, para cobrir os danos ao patrimônio público e ressarcir o Estado. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
Em fases anteriores da Lesa Pátria, a Justiça também determinou bloqueios financeiros de outros supostos envolvidos nas ações. Ainda de acordo com a corporação, nas 15 etapas anteriores da ação foram cumpridos 78 mandados de prisão preventiva, 277 mandados de busca e apreensão e 17 inquéritos policiais instaurados.
Em agosto, a corporação também prendeu oito suspeitos de convocar os ataques na Praça dos Três Poderes usando o codinome "Festa da Selma". 
"O termo Festa da Selma foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam ainda termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído", aponta a PF.
Entre os presos estão: O pastor Dirlei Paiz, que ocupa o cargo de coordenador técnico do gabinete do presidente da Câmara de Vereadores, Almir Vieira. A cantora gospel Fernanda Ôliver, que ficou conhecida por cantar em acampamentos bolsonaristas ilegais montados em frente a quartéis-generais do Exército após as eleições. Além de Rodrigo Lima, que se apresenta nas redes sociais como "gestor público" também foi preso. Ele publicou mensagens em redes sociais falando da "Festa da Selma", dias antes dos atos golpistas em Brasília.
"As investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas", disse a PF.