O secretário-geral da ONU, António Guterres. terá uma reunião com LulaRicardo Stuckert/PR
Como ocorre todos os anos, o presidente do Brasil, fará o discurso inaugural de chefes de Estado, na abertura do debate geral, que concentrará os líderes dos 193 países membros da ONU. Antes, no domingo, 16, e segunda-feira, 17, Lula estará em Havana, capital de Cuba, para participar da Cúpula de Líderes do G77 + China.
Os detalhes das duas viagens internacionais foram anunciados, em Brasília, pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), nesta quinta-feira, 14.
Assembleia Geral
Sem revelar o teor do discurso que o presidente fará na abertura da Assembleia Geral da ONU, Cozendey disse apenas que será a oportunidade para que Lula diga à comunidade internacional e, também, aos próprios brasileiros, quais são as linhas principais da política externa brasileira, em diferentes temas.
Agendas bilaterais
De acordo com o Itamaraty, nesse encontro com a liderança norte-americana, os dois presidentes devem anunciar um plano em defesa da criação de vagas de trabalho decente ao redor do mundo, com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A iniciativa poderá contar com a participação de outros países interessados. “É uma iniciativa global para o avanço dos direitos trabalhistas na economia do século 21. A ideia é que um grupo de países, com apoio da OIT, crie uma agenda de discussão e programas de ação para o futuro do trabalho decente”, disse o embaixador.
Outros encontros do presidente brasileiro, em Nova York, ainda poderão ser agendados pelo MRE.
Agendas da ONU
O embaixador Cozendey adiantou que ainda não está confirmada a presença do presidente Lula nessas duas reuniões.
A primeira é a Cúpula dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos na Agenda 2030 da ONU. O objetivo é dar reforço político ao cumprimento das 17 metas relacionadas a aspectos ambientais e sociais, aprovadas ainda em 2015.
“É uma espécie de revisão de meio de período desses objetivos de desenvolvimento sustentável. Há uma série de avaliações feitas pelos organismos técnicos das Nações Unidas e de outros organismos internacionais, que indicam que, durante a pandemia, houve dificuldade de avançar no cumprimento desses objetivos e, até mesmo, um certo retrocesso em alguns desses objetivos”, esclareceu o embaixador Carlos Cozendey.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, ainda convocou os chefes de Estado a participarem, no dia 20, da Cúpula de Ambição Climática. O objetivo é incentivar os governos a avançarem no cumprimento dos objetivos da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCC, em inglês) e o Acordo de Paris, firmado na 21ª Conferência das Partes (COP 21) e, se for o caso, até redefinirem compromissos ambientais para combater as mudanças climáticas.
“Sabemos que o UNFCC tem as suas reuniões das partes, as COPs, realizadas anualmente. E teremos, em 2025, a COP 30, aqui no Brasil. Será um momento importante de redefinição dos compromissos nacionais”, disse o secretário.
Reuniões ministeriais
Os ministros deverão participar de diversas reuniões temáticas nas áreas de direitos humanos, saúde, desarmamento, entre outras.
Cozendey confirmou que o ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, representará o Brasil em reuniões do grupo L69, que defende a expansão dos membros permanentes e não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU, órgão central que trata de ameaças à paz e segurança internacionais.
“Não é uma reforma simples e não depende da vontade do Brasil. Então, é um trabalho de construção ao longo de muitos anos”, disse.
Além desse tema, estão marcadas reuniões de ministros dos países do Brics, do Fórum de Diálogo entre Índia, Brasil e África do Sul (Ibas), do Mercosul, e do grupo de chanceleres da América do Sul.
O MRE informou ainda que ocorrerão três reuniões sobre saúde, com ministros da área para tratar da prevenção, prontidão e resposta a pandemias, com a negociação de um acordo internacional para estabelecer regras de cooperação; da cobertura universal de saúde para discutir experiências como a praticada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil; do combate à tuberculose, pela emergência da doença.
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