Deltan Dallagnol, ex-deputado e ex-procurador da Lava JatoLula Marques/ Agência Brasil
Ao abrir mão do recurso, o ex-chefe da Operação Lava Jato também renuncia a um retorno à vida política nos próximos oito anos. Isso porque, além da cassação, ele também ficou inelegível.
Dallagnol foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os ministros usaram como base para a decisão o trecho da Lei da Ficha Limpa que proíbe magistrados e membros do Ministério Público de pedirem exoneração para disputar eleições se tiverem processos administrativos pendentes.
O TSE entendeu que Dallagnol se desligou do Ministério Público Federal com quase um ano de antecedência da eleição, antevendo que os procedimentos disciplinares a que respondia poderiam colocar em risco sua futura candidatura.
O último recurso no TSE foi negado na semana passada. Dallagnol ainda poderia acionar o STF, mas as chances de vitória eram consideradas pequenas. O Supremo tem maioria anti-Lava Jato, encabeçada pelo ministro Gilmar Mendes, desafeto do ex-deputado.
Em sua carta aberta, o ex-procurador sobe o tom contra o Supremo. Ele lança dúvidas sobre a "credibilidade" do tribunal e acusa a Corte de tomar decisões "cada vez mais arbitrárias".
"Quem deveria proteger a Constituição e a democracia a ataca e mina de dentro. Ministros do Supremo que se diziam garantistas para aliados do Poder se revelaram punitivistas para quem consideram adversário do sistema", segue Dallagnol. Ele foi eleito deputado em 2022 com 344.917 votos, a maior votação no Paraná.
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