PF deflagrou a Operação Dontraz para combater organização criminosaPolícia Federal/Divulgação
Em São Paulo foram 19 mandados, sendo três na capital paulista, 14 no Guarujá e dois na Praia Grande, ambas na Baixada Santista. Os outros estados envolvidos foram Ceará (8 mandados), Paraná (5), Rio Grande do Norte (4) e Santa Catarina (3). Quinze suspeitos de envolvimento foram presos e seis diligências estão em andamento para localizar outros alvos.
De acordo com a PF, durante as investigações começaram em abril de 2022, com a interceptação de um barco pesqueiro brasileiro na costa africana carregado com 5,4 toneladas de cocaína.
Em outra apreensão no âmbito Operação Dantraz, uma embarcação pesqueira que partiu de Fortaleza foi abordada em alto mar com 1,2 tonelada, totalizando 6,6 toneladas.
“No primeiro pesqueiro havia sete tripulantes, cinco brasileiros e dois montenegrinos, que foram presos em flagrante. No segundo eram seis tripulantes, todos brasileiros, que foram presos em flagrante”, informou a PF.
De acordo com o delegado Alexandre Custódio Neto, a organização é especializada na logística marítima do tráfico de drogas. A atuação do grupo foi identificada primeiro em Santa Catarina, São Paulo e Ceará: “os principais traficantes do grupo atuam como intermediários exatamente nessa logística da droga que vem dos países produtores e depois vão para destinos finais, principalmente nos continentes africano e europeu.”
Uma das embarcações saiu de Santa Catarina e foi levada ao Ceará, onde foi carregada com a cocaína, que foi apreendida em Cabo Verde em abril de 2022. O barco foi carregado com a ajuda de uma lancha, que leva o produto até a embarcação para onde o material é içado. O outro pesqueiro também foi comprado em Santa Catarina e levado para o Ceará.
“Os coordenadores da logística terceirizam a mão de obra operacional. Um dos nossos alvos foi um bairro do Guarujá denominado Santa Cruz dos Navegantes, conhecido como Pouca Farinha, onde encontramos essas equipes. Eles contrataram esse pessoal que é especializado nesses içamentos na área portuária de Santos para ir até o Ceará e fazer esse transbordo para o barco”, explicou.
“Eles realmente são uma estrutura empresarial. Hoje não enxergamos mais as organizações criminosas tradicionais de algum tempo atrás que eram sempre os mesmos indivíduos, trabalhando sempre em conjunto. Percebemos que são grupos criminosos que se unem para fazer determinados trabalhos. E as parcerias vão se modificando conforme os interesses econômicos, custo da logística e tudo mais”, analisou.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico transnacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro, e, se condenados, as penas podem chegar a 40 anos de prisão.
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