Anvisa convoca reunião pública para discutir se cigarro eletrônico deve ser regulamentadoistock
No Brasil, a proibição nunca inibiu o uso do cigarro eletrônico, pelo contrário, o número de consumidores só cresce. De acordo com a pesquisa realizada pelo Ipec em 2022, existem cerca de 2,2 milhões de consumidores regulares de cigarros eletrônicos no Brasil e todos eles estão à mercê de um mercado ilegal sem conhecer a procedência dos ingredientes ou seus riscos.
O presidente do Diretório de Informações para Redução dos Danos do Tabagismo (Direta), Alexandro Lucian, afirma que somente a regulamentação pode dar segurança aos consumidores. “Com a regulamentação dos cigarros eletrônicos, podemos ter um impacto positivo na saúde no Brasil. Quando há regulamentação, o dispositivo e suas essências podem ser produzidos por quem entende. Com a quantidade certa de nicotina e qualidade controlada, teremos menos riscos. Confiamos que a Anvisa siga a ciência e regulamente os cigarros eletrônicos”, diz Alexandro.
Centenas de estudos também já dão conta que os vapes podem ser uma ferramenta para a saúde pública. Um estudo encomendado pelo governo inglês e divulgado pela Universidade King’s College London, em 2022, revisou mais de 400 publicações científicas e mostrou que os cigarros eletrônicos são 95% menos prejudiciais que os convencionais. No Brasil, as pesquisas com dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas.
Para o dia da reunião na Anvisa, está prevista uma manifestação de consumidores que visam pressionar as autoridades por uma regulamentação adequada e segura dos cigarros eletrônicos. “A presença dos consumidores nesse ambiente de conversa democrático é extremamente importante”, afirma Lucian.
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