Nicola Cotugno, ex-presidente da Enel no BrasilReprodução/Youtube

A Enel anunciou a troca do comando da empresa no país. Nicola Cotugno deixará o cargo após cinco anos. Recentemente, a companhia foi alvo de críticas após apagões no Rio e em São Paulo. O executivo Antonio Scala, que atua há 18 anos na companhia, foi indicado para ser substituto.

A empresa informou que a saída de Cotugno foi definida no mês passado em reuniões de Conselho das distribuidoras e da Enel Brasil. O executivo, porém, aceitou adiar a saída até 22 de novembro "para apoiar o processo de substituição e as recentes contingências", diz a nota em referência aos eventos climáticos com efeitos sob o fornecimento de energia pela, especialmente, em São Paulo.
No comunicado, a Enel Brasil "agradece a Nicola Cotugno por toda dedicação ao Grupo e seus colaboradores, além do destacado foco nos clientes e contribuição à sociedade". A companhia afirma que, sob sua gestão, a Enel se tornou uma empresa 100% renovável no País e ampliou em 76% a capacidade de geração eólica e solar
Transtornos
Na último dia 3 de novembro, a Região Metropolitana de São Paulo sofreu com um longo apagão. O problema demorou dias para ser integralmente resolvido. Muitos moradores de diversas localidades se queixaram pelo ocorrido e expuseram os transtornos causados pela falta de luz.
O caso aconteceu em uma sexta-feira e até a segunda-feira seguinte cerca de 500 mil pessoas ainda estavam sem luz. Por conta dos transtornos, o governo de São Paulo aplicou uma multa de R$ 12,7 milhões à empresa.
Por conta de todos os prejuízos causados pela falta de luz e a demora para o retorno, a Câmara Municipal de São Paulo decidiu criar uma CPI para investigar o caso. Além disso, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse que pediu para a Aneel cancelar o contrato a Enel. Enquanto o prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, pediu a prisão de Nicola Cotugno durante o ocorrido.
No Rio também há uma grande insatisfação com a concessionária de energia. Em Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana, por exemplo, cerca de 60 mil domicílios ficaram sem luz. No Fonseca, bairro niteroiense, moradores ficaram cerca de três dias sem luz elétrica, motivando um grande protesto