Diego Hernan Dirísio, maior contrabandista de armas da América do SulReprodução
De acordo com a PF, o dono da importadora de armas baseada em Assunção era responsável pela coordenação das operações de compra e venda de armas. O inquérito indica que ele fazia as tratativas ciente de que os armamentos estavam sendo destinados ao crime organizado, abastecendo as principais facções brasileiras, o PCC e o Comando Vermelho.
Ao longo da investigação, iniciada há três anos, a PF identificou sete camadas da quadrilha, inclusive o nível central da organização. Foram mapeados vendedores, intermediários e doleiros envolvidos no grande tráfico de armamento pesado destinado ao PCC e ao Comando Vermelho, além dos responsáveis pela logística e pela parte financeira do esquema.
A Polícia Federal aponta dois eixos financeiros ligados à organização: um deles usado pelas facções criminosas para pagar armas ilegais sob encomenda e outro que envolvia o repasse de valores aos fabricantes, feito pela empresa importadora comandada por Hernan.
Os investigadores narram que a companhia baseada em Assunção usava um sistema de lavagem de dinheiro centralizado em Miami. O dinheiro era transferido para empresas de fachada nos Estados Unidos e depois uma outra companhia fictícia fazia os repasses para os fabricantes na Europa.
A PF ressaltou que a empresa no centro do esquema de tráfico importa armas há mais de uma década. Inicialmente, seus fornecedores ficavam baseados nos EUA. No entanto, os fabricantes americanos suspenderam as vendas após identificarem que a empresa de Hernan desviava os armamentos para o crime organizado no Brasil.
Em razão do bloqueio, o argentino recorreu a fornecedores na Europa, a começar por fabricantes da Croácia. Os investigadores revelam que, após a quadrilha entrar na mira da PF, os fornecedores croatas também suspenderam as vendas.
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