Amanda Partata está presa desde o dia 20 de dezembro pelo crime de duplo homicídioReprodução/TJGO

Indiciada pelo crime de homicídio por envenenamento contra o ex-sogro Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e da mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 86, na sexta-feira, 29, a advogada Amanda Partata teria fingido uma gravidez para manter o relacionamento com o filho de Leonardo. Ela está presa desde o dia 20 de dezembro e nega as acusações. 
De acordo com a Polícia Civil de Goiás, a acusada não aceitava o fim do namoro com o médico Leonardo Pereira Alves Filho. Ela usava a suposta gestação para chantageá-lo emocionalmente e se manter próxima da família do ex-companheiro. 
O relacionamento terminou em junho e no mês seguinte a advogada mostrou os primeiros exames sobre a gravidez. Ela levou a mentira por cerca de três meses e chegou a fazer um chá de bebê para mantera farsa. Segundo as investigações, Amanda já havia usado do mesmo artifício para exigir dinheiro e reatar o relacionamento com outros cinco ex-namorados. 
Em entrevistas, Leonardo Filho afirmou que só passou a questionar os resultados da gravidez após o crime contra seu pai e avó. Responsável pelo caso, o delegado Carlos Alfama informou que a polícia fez uma busca na casa da acusada e encontrou exames de gravidez de agosto e dezembro de 2023, mas ambos os resultados eram negativos e concluiu que a gestação "nunca ocorreu". 
Entenda o caso
No dia 17 de novembro, Leonardo e Luzia Tereza começaram a passar mal após comerem doces encomendados da confeitaria Perdomo Doces, em Goiânia, durante um café da manhã com Amanda. O marido da idosa também estava presente, mas não ingeriu nada durante a reunião. Com sintomas de vômito, dores abdominais e diarreia, mãe e filho foram encaminhados ao Hospital Santa Bárbara e internados, mas não resistiram e faleceram no mesmo dia.
As suspeitas recaíram sobre Amanda Partata, que chegou a ser internada junto a Leonardo e Luzia Tereza, mas foi liberada no mesmo dia. De acordo com o delegado Carlos Alfama, ela não só teria comprado diversos alimentos de café da manhã e levado para a casa das vítimas como também tem uma nota fiscal com seu nome mostrando ter adquirido, via internet, o veneno usado nos homicídios. 
Segundo relatório divulgado pela Polícia Científica de Goiás na quinta-feira, 28, Amanda teria colocado uma substância "extremamente tóxica", geralmente utilizada na indústria e capaz de "causar danos irreversíveis ao organismo" em pequenos quantidades, na comida. O nome do veneno não foi divulgado por questões de segurança.
Após prestar esclarecimentos a polícia junto a irmã e a mãe, Leonardo Pereira Alves Filho revelou que só descobriu sobre a visita da ex-namorada após a internação dos parentes. Ele também afirmou que era perseguido por Amanda nas redes sociais. Ela chegou a perguntar se o médico tinha mais medo de "morrer ou perder um ente querido" e enviou mensagens ameaçadoras como "depois não adianta chorar em cima do sangue deles, não”.