A Polícia Civil do Mato Grosso divulgou em relatório que aponta que dois policiais militares, Cássio Teixeira Brito e Élder José da Silva são suspeitos de tentar realizar uma chacina contra quatro moradores de rua, no dia 27 de dezembro, na cidade de Rondonópolis, no sudeste do estado. O ataque resultou na morte de Odinilson Landvoigt e Thiago Rodrigues Lopes, e deixou três outros feridos, incluindo um policial militar.
O incidente ocorreu na madrugada de 27 de dezembro. As vítimas dormiam na calçada de um centro de atendimento a pessoas em situação de rua, quando os atiradores, dentro de um Land Rover escuro, abriram fogo de forma aleatória.
Em seu depoimento, o pintor Antônio Marques, um dos sobreviventes, descreveu a cena de terror, afirmando que os criminosos atiravam sem sair do carro. Ele declarou que o atirador "estava disparando aleatoriamente, não tinha um alvo fixo".
Oziel Ferle, 35 anos, chegou a ser atingido, mas conseguiu correr e testemunhou os ataques. "O atirador desceu na contra mão na av. Bandeirantes e continuava a efetuar disparos em desfavor de outros moradores de rua; que o suspeito atirava nas pessoas que estavam próximas, sem especificar um alvo", declarou aos investigadores.
Os peritos analisaram câmeras de segurança e depoimentos, concluindo que o objetivo dos criminosos era atingir o maior número de pessoas. Curiosamente, um tiro acidental atingiu um dos policiais suspeitos, Élder da Silva, que buscou atendimento médico logo após o ataque no mesmo carro que teria levado os suspeitos para o local do crime. Este fato, juntamente com a abordagem e as declarações inconsistentes dos policiais após o crime, levantou suspeitas sobre seu envolvimento.
Durante as investigações os policiais refizeram o caminho da Land Rover e descobriram que o veículo saiu da casa do cabo Cássio Teixeira, um dos indiciados. Uma das provas do crime, a arma utilizada no ataque, ainda não foi localizada. O PM suspeito registrou o sumiço da sua arma funcional.
O relatório final da Polícia Civil concluiu que os PMs circularam pelo local, inclusive trafegando pela contra-mão, e buscando locais com maior concentração de moradores de rua e dependentes químicos o que, segundo a instituição, aponta uma tentativa de atingir o maior número de pessoas possíveis.
Os envolvidos tiveram a prisão temporária por 30 dias decretada pela juíza Maria Mazarelo Farias Pinto. Já Cássio Teixeira, teve a prisão preventiva solicitada pelo Ministério Público do estado.
Procuradas por O DIA, as defesas dos suspeitos não foram localizadas. O espaço segue aberto para manifestação.
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