Hiper Mercado Gotardo disse que ainda se pronunciará sobre o casoReprodução: redes sociais
O caso, julgado como assédio eleitoral, ocorreu no município de Tangará da Serra, a 240 quilômetros da capital Cuiabá, durante as eleições presidenciais de 2022. Na decisão, o tribunal entende que os dizeres no uniforme eram "alusivos à campanha de um dos candidatos à Presidência". O então presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) usava a frase frequentemente, tanto em campanha quanto durante seu período na chefia do Executivo.
Procurados pelo Estadão, o Hiper Mercado Gotardo disse que ainda se pronunciará sobre o caso e a advogada responsável não atendeu à ligação até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para sua manifestação.
Os desembargadores, em unanimidade, reconheceram a conduta da empresa como abusiva e discriminatória, infringindo pelo menos sete artigos da Constituição, como a dignidade da pessoa humana, liberdade de pensamento e de opinião política, voto secreto e vida privada.
Segundo a decisão, a Justiça Eleitoral já havia notificado o supermercado sobre a prática ser propaganda eleitoral irregular em setembro de 2022. Às vésperas do segundo turno das eleições, em outubro, o órgão deferiu uma liminar para impedir a prática.
A frase estampada nas camisas era bastante repetida por Bolsonaro, mas não é de sua autoria. Os termos "Deus, Pátria e família" coincidem com o lema do movimento integralista, que surgiu no Brasil na década de 1930 e tem inspiração no fascismo de Benito Mussolini, na Itália. O ex-presidente da República adicionou à frase a palavra "liberdade".
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