Mulher ataca casal em padaria: "Por isso eles acham que podem fazer o que quiserem"Foto: Reprodução/Internet
Casal denuncia ataque homofóbico em padaria no centro de São Paulo.
— Jornal O Dia (@jornalodia) February 7, 2024
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"Nunca tinha passado por isso", disse um dos agredidos, o assessor de imprensa Rafael Gonzaga, de 32 anos. Segundo ele, a confusão começou porque a mulher se incomodou por ter de sair de uma vaga do estacionamento da padaria para que o casal pudesse estacionar o carro.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso foi registrado na segunda-feira, 5, como preconceitos de raça ou de cor e lesão corporal pela Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância (Decradi). A mulher ainda não foi formalmente identificada.
A ocorrência se deu por volta de 4h20 de sábado, segundo informações do boletim de ocorrência, ao qual o Estadão teve acesso. O casal relata que estava voltando de uma festa quando decidiu parar na padaria e a discussão começou no estacionamento A mulher teria se irritado e chegou a empurrar um dos retrovisores do veículo. "A partir daí virou um caos", afirmou o assessor de imprensa.
Ele afirma que, além de proferir ofensas homofóbicas, a mulher passou a ir para cima dos dois na tentativa de agredi-los fisicamente. "Antes de conseguir entrar na padaria, ela jogou um cone na nossa direção e veio correndo para cima de mim para me dar um chute", disse. Foi nesse momento que o namorado de Rafael, o engenheiro civil Adrian Grasson, de 32 anos, passou a filmar a mulher.
Rafael conta que a mulher entrou na padaria e passou a tentar direcionar agressões contra ele e o namorado. Mesmo com funcionários e frequentadores do local tentando apartar o ataque, os dois chegaram a ser atingidos e tiveram sangramentos no nariz. As imagens foram publicadas na tarde desta terça-feira, 6, nas redes sociais.
Eles então acionaram a Polícia Militar, que enviou agentes até o local. A abordagem, no entanto, também é alvo de queixa pelo casal. "Eles liberaram ela sem nem pegar o nome e tentaram fazer com que a gente não fosse para a delegacia naquele momento. Falaram: 'se vocês forem fazer BO agora, não vai ter ninguém para atender vocês'", disse.
Rafael conta que o casal só registrou o boletim de ocorrência na segunda-feira, orientados por uma advogado. Eles passaram por exames no Instituto Médico Legal (IML).
Em nota publicada nas redes sociais, a Padaria Iracema informou lamentar o ocorrido. "Esclarecemos que repudiamos veemente qualquer forma de discriminação e desrespeito, informamos que estamos à disposição das autoridades para quaisquer informações e/ou depoimentos e que qualquer tipo de intolerância não será aceita em nossas dependências", disse.
Questionada sobre o porquê os policiais militares não registraram o nome da mulher apontada como agressora, a Secretaria da Segurança Pública informou que policiais militares do 13º BPM/M atenderam a ocorrência por volta das 5h. "A equipe policial registrou uma notificação de ocorrência, com as versões dos envolvidos, para encaminhamento à delegacia e orientou as vítimas sobre prazo para representação criminal, conforme a Lei 13.964/19", disse.
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