Secretário norte-americano, Antony Blinken, discorda de fala do presidente Lula sobre a guerra Israel-HamasReprodução

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, chegou na manhã desta quarta-feira (21), ao Palácio do Planalto para se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A visita ocorre no âmbito da reunião de chanceleres do G20, que será realizada no Rio de Janeiro, mas coincide com a crise diplomática entre Brasil e Israel, que tem nos Estados Unidos um dos seus maiores aliados.
Ao chegar para o encontro com o petista, Blinken foi abordado pela imprensa sobre as expectativas para a reunião com Lula e respondeu estar ansioso. O secretário de Estado dos Estados Unidos também foi perguntado sobre Gaza, mas preferiu não comentar.
No domingo (18), em entrevista coletiva de imprensa realizada na Etiópia, o chefe do Executivo brasileiro fez uma comparação entre a morte de palestinos com o extermínio de judeus feito pelo líder da Alemanha Nazista, Adolf Hitler. Durante o regime nazista, que ocorreu entre 1933 e 1945, 6 milhões de judeus foram mortos.
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou Lula a jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia, onde participou como convidado da cúpula anual da União Africana. As declarações foram imediatamente repudiadas pelo primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, que afirmou que Lula "atravessou uma linha vermelha".
Blinken é judeu e comanda a política externa americana. O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse, nesta terça-feira (20), que os Estados Unidos discordam da comparação feita pelo presidente brasileiro.
O chefe da diplomacia americana chegou nesta terça ao Brasil para se reunir hoje com Lula em Brasília. Da capital federal, seguirá para o Rio de Janeiro, onde participa do encontro de ministros das Relações Exteriores do G20.