Governador Ronaldo Caiado e Tarcísio de Freitas, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin NetanyahuReprodução: redes sociais
Os governadores viajaram a Israel inicialmente a convite da comunidade brasileira no país, como mostrou o Estadão. "Depois que o primeiro-ministro soube do acordo dos governadores para visitar Israel e à luz da importante relação entre Israel e o Brasil, os governadores foram convidados pessoalmente para uma série de reuniões com altos funcionários israelenses, incluindo o primeiro-ministro", declarou a embaixada de Israel no Brasil.
Segundo o governo de São Paulo, o objetivo da viagem é "estreitar as relações com o país" e "trocar experiências para o desenvolvimento de novas tecnologias no Estado". Já o convite enviado por organizações da sociedade civil para os Executivos estaduais, obtido pelo Estadão, afirma que o objetivo é permitir a visita e o registro dos resultados do ataque terrorista do Hamas a Israel em 7 de outubro, além do entendimento dos impactos sociais e econômicos causados pela guerra.
Tarcísio desembarcou em Tel Aviv no domingo, 17. Nesta segunda, 18, ele se encontrou com integrantes da comunidade judaico-brasileira que moram no país, além de representantes da sociedade civil israelense. As reuniões dele com Netanyahu e Herzog serão em Jerusalém, cidade sagrada para os judeus.
Na quarta-feira, 20, o governador paulista visitará a sede da Israel Aerospace Industries, indústria de aviação civil e militar, e terá um encontro com a comunidade brasileira em Raanana.
O principal compromisso de Tarcísio na quinta-feira, 21, será com o ministro de Relações Exteriores, Israel Katz. Após a declaração de Lula em fevereiro, Katz levou o embaixador brasileiro Frederico Meyer para visitar o Museu do Holocausto. Na ocasião, anunciou a jornalistas que Lula passaria a ser persona non grata em Israel e fez críticas ao presidente brasileiro.
Katz discursou em hebraico, língua oficial de seu país e que o embaixador brasileiro não compreende. Após o ocorrido, Meyer foi chamado por Lula para voltar a Brasília, e o Brasil está sem embaixador em Israel desde então.
O governador paulista visita ainda a estação de saneamento de Shafdan e locais históricos como o Museu do Holocausto, o Monte das Oliveiras, a Biblioteca Nacional Israelense e a Cidade Antiga de Jerusalém antes de retornar ao Brasil na madrugada de sexta-feira, 22.
A assessoria de Caiado divulgou apenas a agenda dele na terça-feira. Além dos encontros com Netanyahu e Herzog, o governador goiano terá uma reunião no Ministério das Relações Exteriores.
Tanto Caiado quanto Tarcísio são cotados para sucederem a Bolsonaro na eleição de 2026. O ex-presidente também foi convidado por Netanyahu para visitar Israel, mas depende da autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) pois está com o passaporte retido devido à investigação sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil.
Os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), também foram convidados por entidades que representam a comunidade brasileira em Israel, mas recusaram a viagem.
Brasil e Israel vivem uma crise diplomática desde que Lula afirmou em fevereiro que "o que está acontecendo em Gaza não aconteceu em nenhum outro momento histórico, só quando Hitler resolveu matar os judeus".
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