Michelle Bolsonaro será homenageada com o título de cidadã honoraria de São Paulo Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
Michelle critica Lula por ‘sumiço’ de móveis e diz que foi 'álibi' para governo ir às compras
Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência divulgou que os 261 itens foram encontrados 10 meses depois
MA ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher, discursou neste sábado, 23, sobre o caso dos móveis que supostamente estavam desaparecidos do Palácio da Alvorada e que foram encontrados na própria residência oficial. "Não se encontra o que não se perdeu", afirmou a ex-primeira-dama em evento do partido em Rio Branco (AC). Michelle acusou o atual governo de ter citado o desaparecimento dos objetos como "álibi para poder fazer compras" e "para gastar o dinheiro do contribuindo com irresponsabilidade".
"Ah, agora encontraram os móveis desaparecidos. Não se encontra o que não se perdeu. Desde quando me acusaram, algumas pessoas aqui presentes viram que fiz uma sequência imensa de stories explicando onde estavam os móveis. Dei até o número do depósito. Tenho tudo, minha gente, tenho todas as fotos, tenho todos os documentos. Eles são tão mentirosos e não ficam nem vermelhos", disse Michelle.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, acusaram, desde a transição, Michelle e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo sumiço dos objetos e pelo mau estado de conservação que afirmaram ter recebido a residência presidencial.
Em abril de 2023, a ex-primeira-dama afirmou que "esses móveis ou estão no depósito 5 do Palácio da Alvorada ou no depósito da presidência" e propôs a criação da CPI dos Móveis do Alvorada.
Os 261 itens foram localizados pelo governo no ano passado, 10 meses após declarado o "sumiço". Nesta quarta-feira, 20, Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência afirmou que os objetos foram encontrados em "dependências diversas" dentro do Palácio da Alvorada. Ao ser questionada sobre quais seriam essas dependências, a pasta informou que os objetos estavam "espalhados" no imóvel, sem detalhar os locais. O Palácio do Planalto foi procurado pelo Estadão para comentar a declaração de Michelle, mas ainda não retornou.
Após a repercussão do caso, nesta sexta-feira, 22, o casal Bolsonaro entrou na Justiça pedindo que Lula se retrate pela acusação e pague uma indenização de R$ 20 mil por danos morais.
A ex-primeira-dama ainda se referiu ao atual governo como "capitalistas travestidos de socialistas". "Álibi para poder fazer compras. Álibi para poder gastar o dinheiro do contribuinte com irresponsabilidade. Porque, na verdade, são capitalistas travestidos de socialistas. Amam o que o capitalismo pode proporcionar", disse Michelle neste sábado.
No discurso, a presidente do PL Mulher repetiu o que ela já havia afirmado em nota, chamando o suposto sumiço dos bens de "cortina de fumaça" de Lula e Janja para justificar a compra de novos itens. "Durante muito tempo, este governo quis atribuir a nós o desaparecimento de móveis do Alvorada, inclusive insinuando que eles teriam sido furtados na nossa gestão. Na verdade, eles sempre souberam que isso era uma mentira, mas queriam uma cortina de fumaça para tirar o foco da notícia de que eles gastariam o dinheiro do povo para comprar móveis novos por puro capricho e sem licitação", disse em nota a ex-primeira-dama na quarta.
A ausência do mobiliário serviu como justificativa para o governo comprar novos itens para a residência do presidente. Em dezembro do ano passado, um levantamento feito pelo Estadão mostrou que o governo federal gastou R$ 26,8 milhões com reformas, compra de novos móveis, materiais e utensílios domésticos para os palácios presidenciais de Brasília em 2023.
Em uma nota técnica assinada em 2 de fevereiro do ano passado para justificar a compra dos novos itens, a Presidência citou que a "falta de mobiliário" colocava em risco Lula e Janja, que ficavam "expostos" ao morar em imóveis privados.
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