Deputados Bia Kicis e Eduardo Bolsonaro dentro do avião a caminho de Bruxelas, na Bélgica Reprodução
Bolsonaristas viajam a Bruxelas para denunciar 'tirania' de Lula e 'censura' de Moraes
Reunião foi impulsionada pelas críticas do dono do X (antigo Twitter), Elon Musk, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes
Um grupo de deputados bolsonaristas participa nesta terça-feira, 9, do evento intitulado "Brasil: a repressão de Lula ao Estado de Direito", realizado em Bruxelas, na Bélgica. A reunião foi impulsionada pelas críticas do dono do X (antigo Twitter), Elon Musk, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, com denúncias de "censura" e "perseguição política" sofrida pela direita no País.
Segundo Herman Tertsch, membro do Parlamento Europeu e presidente do grupo conservador ECR (conservadores e reformistas europeus), que promove o evento, o objetivo é discutir a "tendência à repressão total" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do STF. De acordo com Tertsch, o espaço servirá para "denunciar" a realidade "autoritária" do Brasil.
Já confirmaram presença os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Júlia Zanatta (PL-SC), Gustavo Gayer (PL-GO), Coronel Ulysses (União-AC) e Marcel Van Hattem (Novo-RS).
Em vídeo publicado por Kicis no X, Gayer diz que no Brasil há "violações aos direitos humanos e perseguição política" e que, se necessário, os congressitas levarão a mensagem "para o mundo inteiro". Criticando a imprensa nacional, Eduardo Bolsonaro diz que a missão da comitiva "é levar a verdade" não só para Bruxelas, mas também para Haia, na Holanda, onde fica a sede do Tribunal Penal Internacional.
A deputada federal afirmou que a viagem é "a convite" de parlamentares europeus para que os congressistas bolsonaristas possam compartilhar as "experiências sobre o momento político no Brasil". Bia Kicis ainda acusa o governo Lula de "tirania".
De acordo com o presidente do grupo de conservadores e reformistas, o evento será voltado para a "defesa da democracia e da liberdade de expressão no Brasil, que estão seriamente ameaçadas". Segundo ele, Moraes faz "ataques" que são apoiados por líderes europeus, como o presidente da França, Emmanuel Macron, que não "denunciam a deriva antidemocrática".
Esta é a segunda vez que a oposição viaja para fora do País para denunciar Moraes e a atuação do STF. Em março, parlamentares estiveram em Washington, nos Estados Unidos, para falar sobre os supostos "abusos do poder Judiciário brasileiro contra a oposição", como declarou a deputada estadual Débora Menezes (PL-AM), que participou da viagem.
A crise entre Musk e Moraes ocorreu após o empresário utilizar o X para tecer críticas ao ministro por decisões para a suspensão de alguns perfis na rede. Depois de afirmar que o magistrado deveria "renunciar ou sofrer um impeachment" e ser incluído no inquérito das milícias digitais como investigado, o bilionário se referiu a Moraes como "ditador do Brasil" e afirmou que o juiz do Supremo possui "Lula na coleira".
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.