Senador Roberto Requião (PMDB-PR) Geraldo Magela/Agência Senado

O ex-senador e ex-governador do Paraná Roberto Requião anunciou sua filiação ao Partido Mobiliza, antigo PMN, e pré-candidatura à prefeitura de Curitiba (PR), após desfiliação e criticas ao PT, partido do presidente Luiz Inácio da Silva. Segundo Requião, a intenção de ter se filiado ao Mobiliza foi para ficar capacitado para concorrer a eleição municipal deste ano ou eventual disputa ao cargo do senador Sérgio Moro (União-PR), em caso de cassação do parlamentar.
O ex-governador já havia sinalizado que se sentia abandonado pelo PT, após ter se integrado à sigla em 2022. Em uma entrevista ao Blog do Esmael, realizada na sexta-feira, 12, Requião voltou a criticar a legenda petista. "Eu sai do PT depois de ter entrado para derrotar políticas liberais do (Paulo) Guedes (ministro da Economia no governo de Jair Bolsonaro). Ajudei o Lula com todas as minhas forças. Mas, depois, o partido praticamente se fechou para mim. O Lula não falou mais comigo, o PT não discutia mais comigo."
"Eu estava imobilizado dentro do PT", afirmou. "No PT, eu não conseguia conversar, não conseguia colocar minha opinião. Eu não estou me arrependendo de ter apoiado o Lula contra o liberalismo econômico, mas, para mim, não basta isso". "O PT se mudou em relação a mim, mas eu continuo o mesmo."
Antes de se desfiliar do PT, Roberto Requião fez uma lista, nas redes sociais, sobre os motivos de insatisfação que o fizeram sair da legenda. Entre eles, o possível apoio da sigla à candidatura de Luciano Ducci (PSB) na disputa pela prefeitura de Curitiba, a aliança com governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), o retorno de pedágios no Estado e o apoio da gestão petista a privatizações de companhias paranaenses.
Ao Estadão, Requião afirmou que o "PT fez aliança com a direita e se associou ao Rato", em referência ao apoio da sigla ao atual governador do Paraná. "Não tem mais partido. Tem agora um grupo do PT que manda de cima para baixo."