Sobe para 78 o número de mortos após inundações no Rio Grande do Sul
São mais de 115 mil pessoas desalojadas e mais de 18 mil em abrigos públicos, com necessidade de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho
Vista aérea das ruas alagadas do bairro Navegantes, em Porto Alegre, RS - afp
Vista aérea das ruas alagadas do bairro Navegantes, em Porto Alegre, RSafp
O número de mortes provocadas pelos temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 78 confirmadas e quatro em investigação neste domingo, 5. Segundo o novo balanço divulgado pela Defesa Civil, o número de feridos também subiu para 175, e ao menos 105 pessoas desaparecidas.
Os dados ainda mostram que mais de 115 mil estão desalojadas e mais de 18 mil estão em abrigos públicos, com necessidade de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho. Ao todo, pelo menos 341 cidades foram afetadas e mais de 840 mil pessoas sofrem com as inundações.
"Esses números podem mudar ainda substancialmente ao longo dos próximos dias, na medida em que a gente consiga acessar as localidades e consiga ter a identificação de outras vidas perdidas", diz o governador Eduardo Leite (PSDB).
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A Rio Grande Energia (RGE), concessionária de energia elétrica que atende parte do estado, divulgou que 261 mil clientes estão sem luz. Já a outra concessionária de energia, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) Equatorial, divulgou que há mais de 163 clientes sem energia em sua área de atuação.
Ao todo, são mais de 850 mil sem água, de um total de 6 milhões de clientes da Corsan no RS. Há ainda dezenas de municípios sem serviços de telefonia e internet das companhias Tim, Vivo e Claro, de acordo com a Defesa Civil.
Os temporais também causaram danos na infraestrutura viária do estado. Pelo menos 110 trechos de rodovias enfrentam algum tipo de bloqueio em razão disso. Do total, 61 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes.
Aulas foram suspensas
De acordo com o balanço da Defesa Civil, cerca de 2.338 escolas em toda Rede Estadual de ensino estão suspensas.
O boletim ainda mostra os números de escolas afetadas (danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte, com problema de acesso e outros):
As cidades gaúchas enfrentam os efeitos do forte temporal. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), declarou estado de calamidade pública. A medida foi publicada na noite de quarta-feira de feriado, 1º, em edição extraordinária do Diário Oficial. As localidades mais atingidas são as regiões Central, dos Vales, Serra e Metropolitana de Porto Alegre.
A medida publicada pelo governo do Rio Grande do Sul ressalta a severidade dos impactos das chuvas, inundações, granizo, alagamentos, enxurradas e vendavais no Estado, sendo categorizados como desastres de Nível III, classificados por danos e prejuízos substanciais. O decreto permanecerá em vigor por 180 dias.
Segundo o governador, este deve ser "o maior desastre" climático já enfrentado pelos gaúchos e o Rio Taquari, um dos principais do Estado, atingiu a maior elevação da história.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou para o Rio Grande do Sul, onde se reuniu com Leite na quinta-feira, 2. No encontro, como uma medida emergencial, ficou decidida a criação de uma Sala de Situação Integrada, sob coordenação do comandante militar do Sul, general Hertz Pires do Nascimento, para organizar as operações de resgate em todas as regiões atingidas.
"Tudo que estiver no alcance do governo federal, seja através dos ministros, seja através da sociedade civil ou seja através dos nossos militares, vamos dedicar 24 horas de esforço para que a gente possa atender as necessidades básicas do povo que está isolado por conta da chuva", disse Lula, após a reunião.
"No primeiro momento, a gente só tem que salvar vidas, a gente só tem que cuidar das pessoas. No segundo momento, a gente vai ter que cuidar de fazer uma avaliação dos danos e, a partir daí, começar a pensar em como encontrar o dinheiro para que a gente possa reparar esses danos", acrescentou o presidente, prestando solidariedade ao povo gaúcho e às famílias das vítimas.
Leite agradeceu ainda pela ida do presidente, o que "poupa a necessidade de várias ligações, e disse que os dois alinharam ações de apoio e estrutura para resgates neste primeiro momento e para reconstrução e busca da normalidade num segundo momento.
Dos 100 enviados para a região, 60 deles são bombeiros para auxiliar na resposta ao desastre causado pelos temporais no estado. Também serão deslocados para o estado 25 caminhonetes, dois ônibus, um caminhão e três botes de resgate. São 36 policiais federais que estão envolvidos diretamente nos trabalhos.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) mobilizou 75 agentes para as operações de salvamento e resgate das pessoas atingidas pelas enchentes, além de sete especialistas em resgate.
Doações
Diante da situação de calamidade pública enfrentada no Estado, o governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta "SOS Rio Grande do Sul" para receber doações via Pix que serão revertidas a donativos para as vítimas.
O Governo do Rio Grande do Sul e a Defesa Civil divulgaram duas maneiras de receber as doações: - Centro Logístico da Defesa Civil Estadual
- Endereço: avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre
- Telefone: (51) 3210 4255
Pix para a conta SOS Rio Grande do Sul
- Chave - CNPJ: 92.958.800/0001-38
- Banco do Estado do Rio Grande do Sul
Atenção: quando realizar a operação, é necessário confirmar que o nome da conta que aparece é "SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.
A gestão e fiscalização dos recursos ficarão a cargo de um Comitê Gestor, presidido pela Secretaria da Casa Civil e composto por representantes de órgãos do governo e entidades sociais. Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades.
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