Voluntário ajuda a resgatar pessoas em áreas atingidas por enchentes em Porto Alegre, RSAFP
Um socorrista relata não ter conseguido resgatar pessoas ilhadas devido à correnteza das águas que invadiram as cidades. "A gente viu seis pessoas sendo levadas, arrastadas, gritando, sumiram rio à dentro", conta.
Em uma outra postagem, a professora Katiúscia Ribeiro disse que seis membros da família estão precisando de resgate urgente. "Estão há quase 48 horas ilhadas", relatou. Os parentes estavam neste sábado em Canoas, na Grande Porto Alegre.
Em cima do telhado de sua casa, uma moradora gravou vídeo para as redes sociais mostrando que sua família e a de vizinhos esperavam por resgate: "Está todo mundo ilhado, não vem ninguém aqui, teve um helicóptero aqui no Exército, tirou duas famílias e não vieram aqui nos buscar, passaram reto".
Há ainda vídeos de hospitais alagados, como o Hospital Pronto Socorro de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre. A prefeitura relata dificuldade para acesso a veículos e pede para que voluntários disponibilizem barcos para o resgate de moradores.
O Rio Grande do Sul enfrenta seu pior desastre climático. São pelo menos 75 mortes confirmadas e seis em investigação, 155 feridos e ao menos 103 pessoas desaparecidas. De acordo com o balanço mais recente da Defesa Civil, mais de 88 mil estão desalojadas e mais de 16 mil estão em abrigos públicos, com necessidade de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho.
Dos 497 municípios gaúchos, 334 foram afetados pelos temporais. A posição geográfica do Rio Grande do Sul, entre as áreas tropicais e polares, favorece a ocorrência de eventos climáticos extremos, mas eles têm se tornado mais intensos e frequentes com a piora do aquecimento global. Há registros de blecautes e dificuldades de abastecimento de água.
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