Eronel Rodrigues sorriu e se emocionou durante a ação do salva-vidasReprodução/vídeo/redes sociais

Em meio aos estragos causados pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, um idoso chamou a atenção e comoveu as redes sociais. Ao ser resgatado do telhado de uma casa no último domingo (5), Eronel Rodrigues, de 84 anos, sorriu e se emocionou durante a ação do salva-vidas.
A ação aconteceu no sábado (4), em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre. A câmera acoplada no capacete registrou o momento em que Robson da Cruz, de 34 anos, chegou para resgatar o idoso. 
Eronel estava no forro do imóvel para pedir socorro quando foi avistado pelo socorrista. Durante a operação, o profissional comenta que ele tem o mesmo nome do seu pai e o idoso responde: "Que legal, né?". 
Em um determinado momento, ele conta para o resgatista sobre o outro alagamento em sua rua, ocorrido quando tinha apenas 27 anos. "Em 1967, peguei a última enchente, aqui (na rua) dava meio metro. Eu deitei tranquilo às 21h, não tinha nada de água aqui na rua", afirmou.
Com o auxílio da equipe de resgate, ele conseguiu sair por uma fresta no telhado, sorrindo. No Tiktok, o vídeo já acumula mais de 6 milhões de visualizações e mais de 654 mil curtidas.
@kelousantos
Passando pelo local bairro rio branco avistamos maos para cima pedindo socorro...ele entrou no forro da casa para nao morrer afogado inacreditavel
♬ som original - Kelou Santos
Após o resgate, o idoso foi levado a uma escola municipal temporariamente transformada em abrigo.
Consequência dos temporais
A tragédia no Rio Grande do Sul já deixou 113 mortes confirmadas e uma em investigação, segundo boletim da Defesa Civil divulgado nesta sexta-feira (10). O número de feridos subiu para 756 e 146 desaparecidas.
Os dados ainda mostram que mais de 337 mil pessoas estão desalojadas e mais de 69 mil estão em abrigos públicos, com necessidade de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho. Ao todo, pelo menos 435 cidades foram afetadas e mais de 1,9 milhão pessoas sofrem com as inundações.
A Rio Grande Energia (RGE), concessionária de energia elétrica que atende parte do estado, divulgou que 184 mil clientes estão sem luz. Já a outra concessionária de energia, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) Equatorial, divulgou que há mais de 163 mil clientes sem energia em sua área de atuação.
Ao todo, são mais de 385 mil sem água, de um total de 6 milhões de clientes da Corsan no RS. Há ainda dezenas de municípios sem serviços de telefonia e internet das companhias Tim, Vivo e Claro, de acordo com a Defesa Civil.
Os temporais também causaram danos na infraestrutura viária do estado. Pelo menos 73 trechos de rodovias enfrentam algum tipo de bloqueio em razão disso. Do total, 43 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes.
De acordo com o balanço da Defesa Civil, mais de 270 mil estudantes foram impactados pelas cheias em escolas em toda Rede Estadual de ensino, com as aulas suspensas.
O boletim ainda mostra os números de escolas afetadas (danificadas, servindo de abrigo, com problemas de transporte, com problema de acesso e outros):
- 976 escolas
- 240 municípios
- 29 Coordenadorias Regionais de Educação
- 338.744 estudantes impactados
- 444 escolas danificadas com 183.028 estudantes matriculados.
- 74 escolas servindo de abrigo
Doações
Diante da situação de calamidade pública enfrentada no Estado, o governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta "SOS Rio Grande do Sul" para receber doações via Pix que serão revertidas a donativos para as vítimas.
O Governo do Rio Grande do Sul e a Defesa Civil divulgaram duas maneiras de receber as doações:
- Centro Logístico da Defesa Civil Estadual
- Endereço: avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre
- Telefone: (51) 3210 4255
Pix para a conta SOS Rio Grande do Sul
- Chave - CNPJ: 92.958.800/0001-38
- Banco do Estado do Rio Grande do Sul
Atenção: quando realizar a operação, é necessário confirmar que o nome da conta que aparece é "SOS Rio Grande do Sul" e que o banco é o Banrisul.
A gestão e fiscalização dos recursos ficarão a cargo de um Comitê Gestor, presidido pela Secretaria da Casa Civil e composto por representantes de órgãos do governo e entidades sociais. Os recursos serão integralmente revertidos para o apoio humanitário às vítimas das enchentes e para a reconstrução da infraestrutura das cidades.