A deputada federal Amália Barros (PL-MT) morreu na noite deste sábado (11), aos 39 anos. Vice-presidente nacional do PL Mulher, ela estava internada no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, desde o dia 1º de maio, quando realizou uma cirurgia para a retirada de um nódulo no pâncreas.
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No sábado (11), por volta das 17h, a equipe de Amália divulgou uma nota nas redes sociais, informando que ela passaria por nova cirurgia para tratar complicações no fígado. Na madrugada de domingo (12), no entanto, uma outra postagem noticiou o falecimento.
Na última quinta-feira (9), a parlamentar havia passado por um procedimento adicional de radiointervenção e ficou em estado grave.
O ex-presidente Jair Bolsonaro lamentou a morte de Amália. Em post no "X" (antigo Twitter), ele escreveu: "Com muita dor informo o passamento da nossa amiga e irmã deputada federal Amália Barros de Mato Grosso. Deus, em sua infinita bondade, a receba e conforte seus familiares e amigos."
Presidente do PL Mulher de Mato Grosso, a deputada era muito próxima também da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que a descreveu como "uma verdadeira guerreira das causas sociais e defensora incansável dos direitos das pessoas com deficiência."
"Nos deixou, mas deixa um legado de luta, resiliência e esperança que transcenderá gerações. Eu já era sua fã, antes dela se tornar uma política. Ela me ensinou que nenhuma de suas perdas podia detê-la; pelo contrário, essas perdas, a impulsionaram a alcançar ainda mais. Amália costumava dizer com um sorriso no rosto "sem um olho, sem um rim, mas completa". Amália não via barreiras, apenas oportunidades de fazer a diferença. Ela queria que fossemos ouvidos, que alguém olhasse para nós", disse Michelle.
Diversos outros políticos lamentaram o falecimento, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. "Talvez por ser tão jovem, meiga e educada você nunca pense que isso possa se passar assim. Ainda com 39 anos deixa como legado lei com seu nome em prol dos deficientes, bem como instituto para cuidá-los. Certamente não será esquecida", publicou.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, divulgou nota de pesar. "Minhas condolências à família da Amalia, que se tornou um grande exemplo de superação de barreiras e de dedicação e amor ao próximo. Que Deus a acolha na sua infinita misericórdia e conforte seus familiares e amigos. Deixará muitas saudades!"
A presidente do PL Mulher de Duque de Caxias, Brunna Lopez, escreveu: "Descanse em paz. Você deixou um legado incomparável."
As páginas no Instagram do PL Mulher de diferentes cidades compartilharam um mesmo comunicado: "Sua garra incansável e sua dedicação por melhorar a vida dos cidadãos serão para sempre lembradas. Neste momento de tristeza, estendemos nossas mais sinceras condolências à família, amigos e colegas da deputada. Que sua memória inspire todos nós a continuar seu legado de compromisso e compaixão. Descanse em paz."
Trajetória
Amalia Scudeler de Barros Santos nasceu em 22 de março de 1985, na cidade paulista de Mogi Mirim. Formada em jornalismo, ela transformou em luta um drama pessoal. Aos 20 anos, perdeu a visão do olho esquerdo por conta de uma infecção, a toxoplasmose. Após passar por 15 cirurgias, ela teve, em 2016, que remover o olho e passar a usar uma prótese ocular.
Em 2021, lançou o livro "Se Enxerga!: Transforme desafios em grandes oportunidades para você e outras pessoas", contando sua história, e fundou o Instituto Amália Barros, rebatizado posteriormente como Instituto Nacional da Pessoa com Visão Monocular.
Além disso, dedicou-se à aprovação da Lei. 14.126/2021, que classificou a visão monocular como deficiência sensorial e deu às pessoas com visão monocular os mesmos direitos e benefícios previstos para pessoas com deficiência.
Filiada ao Partido Liberal, a jornalista foi eleita deputada federal por Mato Grosso, em 2022, recebendo mais de 70 mil votos. Na Câmara, integrou as comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, dos Direitos da Mulher e da Educação, entre outras.
Sua marca registrada durante eventos públicos e fotos era colocar a mão no rosto, em cima de um dos olhos, como forma de conscientizar as pessoas sobre a importância dos direitos das pessoas com deficiência.
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