Na publicação, Amanda destaca que o tio havia combinado um encontro para um almoço para os próximos dias. Assim como tinha planos para o futuro. "Você combinou o que iríamos almoçar na semana seguinte, está com planos de reformar sua casa, está preocupado com contas, com várias ideias para o instituto… e do nada, pela manhã, morre. Como assim???", lamentou.
Ela também destacou a vida profissional do cardiologista, que terminou com o falecimento de Leandro. "Você passou mais de 10 anos estudando, se profissionalizando… fez fisioterapia, medicina, se especializou em cardiologia, intensivista, transplante capilar… De uma hora pra outra, tudo termina num infarto no meio da tragédia que você foi ajudar no Rio Grande do Sul", escreveu.
Amanda também faz um desabafo sobre a morte do tio e a brevidade da vida. "Morrer é uma loucura. Te obriga a sair da festa na melhor hora, sem se despedir de ninguém, sem ter um último abraço ou um último 'te amo", disse.
Por fim, homenageia Leandro em um relato emocionado. "Dindo, meu amor, éramos tão iguais e nunca me imaginei escrevendo isso para você… para sempre serei sua filha, sua cópia!", lamentou.
Em uma postagem no perfil do cardiologista, ele celebrou o aniversário da sobrinha, em outubro do ano passado. "Aniversário da minha filhota! minha pequena, minha princesa… 22 aninhos de pura alegria dessa que é minha copia, minha sósia… gosta das mesmas coisas que eu e não gosta das mesas coisas também… rs eu te amo! conte sempre comigo! minha menina!", escreveu.
Leia na íntegra
"Carta aberta para o meu dindo:
Morrer é ridículo. Você combinou o que iríamos almoçar na semana seguinte, está com planos de reformar sua casa, está preocupado com contas, com várias ideias para o instituto… e do nada, pela manhã, morre. Como assim???
E os e-mails que você não leu? sua toalha molhada no varal? suas roupas para lavar? o instituto para limpar? os pacientes? a nossa família? Você passou mais de 10 anos estudando, se profissionalizando… fez fisioterapia, medicina, se especializou em cardiologia, intensivista, transplante capilar… De uma hora pra outra, tudo termina num infarto no meio da tragédia que você foi ajudar no Rio Grande do Sul.
Morrer é uma loucura. Te obriga a sair da festa na melhor hora, sem se despedir de ninguém, sem ter um último abraço ou um último 'te amo'. Dindo, meu amor, éramos tão iguais e nunca me imaginei escrevendo isso para você… para sempre serei sua filha, sua cópia!"
Médico deixou ES para ser voluntário no RS
Leandro Medice, que saiu de Vila Velha, no Espírito Santo, para São Leopoldo no Rio Grande do Sul, foi encontrado morto na segunda-feira (13) em um abrigo da cidade. A clínica onde o médico trabalhava confirmou a morte por mal súbito em uma publicação nas redes sociais.
No domingo, Leandro tinha anunciado em suas redes a missão humanitária que o levava a São Leopoldo, expressando seu compromisso em ajudar os afetados pelas enchentes: "O sul tá precisando da gente, então a gente saiu um pouquinho da nossa rotina e do nosso conforto de consultório", declarou ele.
Já no abrigo, o médico publicou outro vídeo em que relatava a situação vulnerável da população afetada pelas inundações que atingiram 450 municípios do Rio Grande do Sul, entre estes, São Leopoldo. O marido de Leandro Medice, o acupunturista João Paulo Martins, disse ao portal G1 que o companheiro não tinha histórico de doenças.
"Ele era muito saudável, sempre cuidou da saúde. Nunca teve histórico nenhum de problemas. Eu ainda não consigo acreditar no que aconteceu. Quando me contaram, pensei que fosse brincadeira. Ele foi ajudar as pessoas e aconteceu essa tragédia", contou.
Governador lamentou
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, comentou na última segunda-feira (13) sobre a morte do médico cardiologista.
"A morte de um voluntário que veio ao Rio Grande do Sul para ajudar no atendimento às vítimas da tragédia nos deixa profundamente entristecidos. Meus sentimentos aos familiares e amigos do Leandro", escreveu.
O governador ainda agradeceu a todos voluntários, de diferentes partes do Brasil, que estão indo ao Rio Grande do Sul.
Os dados ainda mostram que mais de 538,2 mil pessoas estão desalojadas e mais de 76,5 mil estão em abrigos públicos, com necessidades de itens como colchões, cobertores e roupa de cama e banho. Ao todo, pelo menos 449 cidades foram afetadas e mais de 2 milhões de pessoas sofrem com as inundações. Publicidade
Doações
Diante da situação de calamidade pública enfrentada no Estado, o governo gaúcho reativou o canal de doações para a conta "SOS Rio Grande do Sul" para receber doações via Pix que serão revertidas a donativos para as vítimas.
O Governo do Rio Grande do Sul e a Defesa Civil divulgaram duas maneiras de receber as doações:
- Centro Logístico da Defesa Civil Estadual - Endereço: avenida Joaquim Porto Villanova, 101, bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre - Telefone: (51) 3210 4255
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.