Pipoqueiro é abordado com 'mata-leão' por policiais militares em SPReprodução / Internet

Policiais militares foram flagrados aplicando um "mata-leão" em um pipoqueiro de 42 anos na Zona Leste de São Paulo. O ambulante teria sido abordado por não ter autorização da Prefeitura para trabalhar na região. O golpe, que é proibido pelo protocolo da corporação desde 2020, gerou uma investigação pela corregedoria da instituição.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o momento em que o pipoqueiro é imobilizado. Nos vídeos, é possível ver o homem se contorcendo durante enquanto é enforcado pelo policial. "Olha aí! Está matando o cara, a culpa é de vocês!", grita uma pessoa que registrava a cena.
Após ser derrubado, o homem fica alguns momentos estirado no chão mexendo os braços e as pernas. Pessoas que acompanhavam a ação seguiam criticando a abordagem. "O cara tá agonizando! Ele vai morrer!", gritava outro pedestre.

A aplicação do "mata-leão" foi realizada por um dos agentes, com o auxílio de outro policial que segurava um dos braços do pipoqueiro. Um dos agentes utilizou spray de pimenta para afastar quem estavam ao redor.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que foi registrado um boletim de ocorrência no 30° Distrito Policial (Tatuapé), onde o vendedor foi acusado de resistência, desobediência, ameaça e lesão corporal. As circunstâncias do ocorrido estão sendo investigadas pelas polícias Civil e Militar.

De acordo com a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo foi aberto um procedimento para apurar o caso e encaminhou os vídeos à Corregedoria da PM. O órgão afirmou ainda identificou como irregulares, além do uso do "mata-leão",  a aplicação de spray de pimenta na população que tentava filmar a ação. 

"Confiamos na apuração rigorosa do órgão correcional e acompanharemos os desdobramentos do caso até sua conclusão final, pois procedimentos que ferem as práticas da corporação e a dignidade humana precisam ser condenados, inclusive em favor da maioria da força policial, que faz seu trabalho com profissionalismo e respeito à população de nosso estado", divulgou por meio de nota.

A Polícia Militar, por sua vez, informou que uma investigação preliminar foi instaurada e que serão vistoriadas as imagens das câmeras corporais dos envolvidos. O caso está em análise pelas polícias Militar e Civil.