Ministro das Relações Institucionais, Alexandre PadilhaValter Campanato/Agência Brasil
Padilha: Projeto de lei sobre delação premiada não tem nenhuma relação direta com Bolsonaro
Segundo ministro, eventuais crimes atribuídos ao ex-presidente não tem relação com acordos
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o projeto de lei que proíbe a delação premiada para pessoas presas "não tem nenhuma relação" com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A declaração ocorreu nesta segunda-feira (10), no Palácio do Planalto, após ter sido questionado sobre a posição do governo em relação ao projeto sobre delações que está sendo apreciado na Câmara dos Deputados.
"Eu considero que o projeto de lei sobre delação premiada não tem nenhuma relação direta com o ex-presidente Bolsonaro, porque o que o Bolsonaro fez, as evidências dos crimes cometidos pelo ex-presidente não são de uma delação premiada", disse.
Padilha afirmou que as supostas evidências de crime "são de uma confissão televisionada feita por ele Bolsonaro dentro do Palácio do Planalto, quando ele organizou uma reunião que planejava ações para impedir o reconhecimento do resultado eleitoral".
Padilha prosseguiu: "Tinha planejamento, tinha decreto, tinha discurso sendo preparado, envolvendo vários atores com peso decisivo nessas ações. E ficou transmitido, isso aí está público, aquilo é uma confissão, é o verdadeiro BBB do golpe".
Segundo o ministro, apesar de entender que o projeto não trata da situação de Bolsonaro, o governo pretende "entrar em campo" para que outras agendas sejam a prioridade da Câmara, como a Medida Provisória que cria o programa Acredita e a votação do programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover).
"Os crimes e as evidências que relacionam o ex-presidente da República a crimes não foram produzidos por uma delação, são evidências algumas delas produzidas por ele Bolsonaro. Mesmo assim, a posição do governo é que a pauta da Câmara deveria se concentrar naquilo que são os projetos que o governo defende, econômicos e sociais", afirmou.
Além do MP do Acredita, o governo também quer prioridade para projetos que já foram aprovados na Câmara e estão no Senado, que tratam sobre o combustível do futuro, o hidrogênio verde e o mercado de carbono, segundo Padilha.
O ministro também citou esforços do governo em dialogar com setores produtivos e líderes no Congresso para detalhar a proposta de compensação tributária para a queda na arrecadação da Previdência com a desoneração da folha de pagamentos.
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