Fachada do Museu do Índio, em Botafogo, Zona Sul do RioReprodução Google Maps
Os bens foram adquiridos em 2003 e levados ao Museu de História Natural e Etnografia da cidade de Lille, na França, sem seguir os trâmites legais. Após diversas tratativas com as autoridades francesas e a instauração de um inquérito civil público no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF), parte das peças retornou ao Brasil no último dia 10.
As peças agora vão integrar o acervo do Museu do Índio, vinculado à Funai, em Botafogo, Zona Sul do Rio, onde será verificado o seu estado em comparação com os relatórios emitidos quando os objetos saíram da França. A ideia é que elas sejam exibidas ao público, mas antes devem passar por um período de quarentena, para evitar possíveis contaminações, como é de praxe com acervos museológicos.
Entenda o caso
A solução encontrada à época pelas autoridades francesas foi a doação do acervo ao Museu do Índio, seguida da assinatura, em novembro de 2004, de um contrato de comodato com prazo de cinco anos, renovável por igual período, autorizando o museu francês a exibir a coleção. Após esse prazo, o acordo previa que a prefeitura de Lille arcaria integralmente com os custos de transporte, seguro e devolução do acervo.
Como o contrato não foi cumprido, o MPF instaurou inquérito civil público em 2015 para obter o retorno dos artefatos. Em dez anos, foram inúmeras reuniões e trocas de comunicações entre o MPF, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o museu francês para negociar a repatriação do acervo.
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