Lula criticou Maduro durante coletiva de imprensa com agências internacionais em BrasíliaMarcelo Camargo/Agência Brasil
"Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue", afirmou o presidente sobre o seu aliado.
"O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição", declarou durante coletiva de imprensa com agências internacionais em Brasília.
"Então eu estou torcendo [para] que aconteça isso pelo bem da Venezuela e pelo bem da América do Sul", acrescentou.
O país caribenho realizará neste domingo eleições presidenciais que representam o maior desafio para o chavismo em seus 25 anos no poder, com uma oposição que pela primeira vez aparece como favorita.
Respeitar as eleições
"Já falei com o Maduro duas vezes, [...] e o Maduro sabe que a única chance da Venezuela voltar à normalidade é ter um processo eleitoral que seja respeitado por todo mundo", afirmou Lula.
"Se o Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento na Venezuela, a volta das pessoas que saíram da Venezuela, estabelecer um estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático", defendeu o presidente brasileiro.
Lula subiu o tom recentemente ao criticar uma série de obstáculos à oposição por parte da autoridade eleitoral venezuelana, de linha governista, e pedir uma maior observação internacional, depois que a União Europeia (UE) foi impedida de acompanhar as eleições.
O presidente confirmou nesta segunda que o governo brasileiro enviará dois representantes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e seu assessor de assuntos internacionais, Celso Amorim, para observar o processo no país vizinho.
Lula também pediu o levantamento das sanções internacionais que pesam sobre a Venezuela.
No início de julho, disse esperar que os resultados do próximo domingo sejam reconhecidos por todos e que isso permita o rápido retorno de Caracas ao Mercosul, do qual foi suspensa em 2017.
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