Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington DiasAgência Brasil
Dias disse que a estatística foi retirada da base de dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) e individualizada para o ano de 2023, porque a FAO só trabalha com dados trienais.
Relativamente ao total da população, no período, o contingente nessa situação foi reduzido de 8% para 1,2%. Dias atribuiu a redução da fome à retomada e reintegração, pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de mais de 80 programas sociais que teriam sido "desvirtuados, esvaziados ou interrompidos" sob o governo anterior, de Jair Bolsonaro.
Críticas a Bolsonaro
O ministro dedicou boa parte do seu discurso, na presença de representantes de organismos multilaterais e autoridades estrangeiras, a um histórico recente do Brasil, no que atribuiu ao governo anterior a desconstrução do sistema de proteção social e ataques à democracia.
"O Brasil tinha saído do mapa da fome em 2014, sob a liderança dos presidentes Lula e Dilma, e sustentou essa posição até 2018. Mas, de 2019 até 2022, vinha em tendência de aumento da pobreza, extrema pobreza e da desnutrição. Isso aconteceu devido a um grande retrocesso que comprometeu programas sociais estabelecidos, desvirtuando seus propósitos e colocando-os a serviço de fins eleitoreiros", disse.
"O Brasil viu desconstruírem seu sistema de proteção social e a própria democracia brasileira entrou em risco. Esse projeto não triunfou e a democracia se salvou. Mas a população não passou incólume", continuou o ministro para, em seguida, apontar a reversão dessa trajetória sob Lula. Ele destacou não só a retomada dos programas sociais, como citou uma política de busca por crescimento econômico, "promoção do emprego decente" e valorização do salário mínimo.
Ao fim, Dias disse que o Brasil sabe como combater a fome e a pobreza, o que requer disposição política, e prometeu que o País vai sair do mapa da fome ainda neste mandato do presidente Lula.
Ao comentar o relatório global, Dias disse que o cenário é de desalento, com manutenção das altas taxas de fome e insegurança alimentar mesmo após o fim da pandemia de covid-19, mas disse que há bons sinais de reação, sobretudo na América Latina, além de alguma melhora na África, que segue como região mais afetada.
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