Influenciador suspeito de desviar doações feitas para filha com paralisia cerebral é presoReprodução/Redes Sociais

Goiás - O influenciador digital Igor Viana, de 24 anos, suspeito de desviar doações feitas para filha com paralisia cerebral foi preso nesta sexta-feira (2). Segundo a Polícia Civil, ele estava acompanhado da mãe da criança, Ana Vitória Alves dos Santos, de 20 anos, em um apartamento alugado em Goiânia.
A defesa de Igor disse que ficou surpresa com a prisão e que ele colaborou com toda a investigação, já prestou esclarecimentos à autoridade policial e forneceu todos os documentos e objetos que foram solicitados.


De acordo com a delegada Aline Lopes, um mandado de prisão pelo crime de estelionato foi expedido na última quinta-feira (1º). À polícia, ele afirma que estava se sentindo ameaçado em Anápolis e por isso, estava em Goiânia.
"Ele estava atrapalhando as investigações e chegou a apresentar um celular antigo ao invés do atual que ele usava. Com isso, conseguimos a prisão preventiva dele", explica Aline.
 
Entenda o Caso
Igor e a mãe da criança são investigados pelos crimes de estelionato, desvio de proventos de pessoa deficiente, discriminação de pessoa com deficiência, constrangimento de criança e maus-tratos. Em junho, eles perderam temporariamente a guarda da filha de dois anos. A criança tem paralisia cerebral. A decisão foi do Conselho Tutelar de Anápolis, em Goiás, após denúncias de áudios em que Viana reclama e debocha da filha.
A principal fonte de renda do casal são doações feitas à filha, alvo de campanha nas redes sociais, diz a polícia. Ao verificar o caso, a corporação encontrou vídeos em que o suspeito estaria causando constrangimento à criança. Em um dos vídeos investigados, Igor chama a filha de inútil após pedir que ela vá ao mercado.

Na internet, Igor compartilhava a rotina da filha nas redes sociais. No entanto, em algumas das postagens ele também aparece debochando da criança.
Em entrevista ao site G1, Viana se defendeu das acusações: "Minha filha não tem Pix, então, se eles (os doadores) foram trouxas, a culpa não é minha. Eu não sou obrigado a usar o dinheiro que eles mandam especificamente com a minha filha. Eu também tenho necessidades a serem supridas. Também sou um ser humano", afirmou.
Á polícia, ele admitiu que fingia brigas para comover os seguidores. Segundo a delegada Aline Lopes, ele disse ainda que as ofensas que fazia contra filha nas redes sociais são ironias para conseguir engajamento.

"Ele confirma que havia um combinado entre ele e a mãe da menina para produzir um tipo de conteúdo simulando brigas e confusões na intenção de engajar seguidores", contou Aline.