Um vídeo que viralizou na internet mostra um homem resgatando nos braços um boto que ficou encalhado devido à estiagem no Rio Madeira no Amazonas. O ribeirinho retirou o animal de uma extensa faixa seca e o carregou até soltá-lo em uma outra região com mais água. A bacia sofre com uma severa baixa, que chegou ao nível mais baixo em 60 anos no início do mês de julho.
Ribeirinho salva boto nos braços de seca em rio do Amazonas.
Nas imagens é possível ver o animal sendo carregado por extensas faixas de areia, que sugerem regiões onde água baixou. Um homem que acompanhava a situação e fazia a gravação, lamentava pela situação do animal.
"Tentando salvar o botinho aqui, que estava morrendo no seco. Eu e meu amigo Pedroca. Bichinho está 'morre, não morre já'. Mas agora vai dar certo", disse.
Durante a caminhada, ele destaca o peso do animal, que na fase jovem, pode chegar a 30 kgs. "Ele pesa hein", falou.
Ao chegarem a uma região com mais água, o ribeirnho devolve o boto ao rio e a dupla celebra o feito. O responsável pela gravação lamenta a situação e ainda dá uma "dica" ao bicho.
"Vai para o fundo 'zé'. Arruma um peixe aí pra comer, para merendar, que está fraco", falou.
Seca histórica
Em situação de seca crítica, a Região Norte enfrenta os reflexos de seguidas estiagens registradas nos últimos anos. No último dia 6, o Rio Madeira registrou 2,07 metros em Porto Velho, o nível mais baixo já registrado para essa época do ano desde que os dados começaram a ser coletados, em 1967. No final do mês de julho, a situação era a mesma: 2,45 metros, a menor marca para o período.
A prefeitura de Porto Velho chegou a divulgar uma recomendação para que os cidadãos fizessem "uso essencial" de água e evitem ao máximo o desperdício.
Bacia do Rio Amazonas
No último dia 30 de julho, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos nos rios Madeira e Purus e seus afluentes, que correm no sudoeste do Amazonas. Uma semana antes, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) reconhecera situação de emergência na capital e em mais 17 cidades do estado que enfrentam a seca severa.
De acordo com Marcus Suassuna, a situação também é crítica nas bacias dos rios Acre e Tapajós, o que pode gerar consequências em outros estados da região amazônica como Acre, Pará e Amazonas.
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