Um homem, de 47 anos, foi morto a tiros por um policial militar em Belém do São Francisco, em Pernambuco. Segundo a família, Lázaro Maciel Soares da Silva foi assassinado após denunciar Gercino Bahia da Silva Júnior na delegacia da cidade. O caso aconteceu no último sábado (7).
Tudo começou quando a família estava reunida na chácara da vítima. No dia do crime, o agente, mais conhecido como Júnior Bahia, invadiu a propriedade com outros dois homens. O policial manteve o relacionamento com a filha do motorista pelos últimos dois anos, de acordo com um familiar.
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"Ele controlava ela como se fosse boneca. Proibia de sair com a própria irmã, com os amigos. E a gente sempre ficava com medo porque ele poderia chegar no local e atirar em todo mundo. Em qualquer lugar, ele atira para cima e ninguém fala nada. Parece que todos ficam com medo quando se trata de um policial", afirmou ao portal G1.
A parente contou que Lázaro pediu para eles irem embora, e os três homens retornaram ao carro, deixando o local. Minutos depois, o trio teria aproveitado que a irmã do motorista estava entrando na propriedade para invadir a chácara novamente.
"Ele (Lázaro) foi falar alto: 'Saia da minha propriedade agora'. Aí ele (Gercin)] começou a levantar a voz. Parecia que estava cheio de droga ou de álcool, estava muito agressivo. Estava tão bêbado que, pegou na pistola para ameaçar Lázaro de morte, a pistola caiu da mão dele e caiu nos pés da mulher dele (da vítima)", relatou.
Segundo a testemunha, amigos da vítima trancaram o motorista dentro de casa para evitar uma confusão maior, e o policial deu três tiros para cima e saiu da chácara.
"A gente não ficou mais em paz porque não sabia se ele ia voltar e matar todo mundo. A gente ficou com medo. Arrumamos nossas coisas e fomos para a delegacia de Belém (do São Francisco) fazer um boletim de ocorrência", disse.
Logo após registrar a queixa, a parente afirma que o policial estava na distribuidora de bebidas de um primo dele quando viu a família saindo da delegacia.
"Ele deu ré no carro dele e começou a seguir a gente. E ele queria, de toda forma, ultrapassar para pegar de frente. Ia matar todo mundo. Lázaro entra numa rua, ele vai na contramão e acaba jogando o carro por cima do meio-fio. Lázaro pensou em ir para a praça porque tinha muita gente. (...) Parou na praça e ele (o policial) parou atrás. E daí ele desceu tirando a arma da cintura", recordou a testemunha.
No local, o agente discutiu com o ex-sogro e disparou seis tiros na vítima. Lázaro Maciel foi levado a uma unidade de saúde no município e chegou a ser transferido para um outro hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Em entrevista ao G1, um familiar da vítima, que prefere não ser identificada, contou que Lázaro foi baleado na barriga, nas costas e nos ombros.
"Ele botava a mão na barriga para dizer que estava doendo muito. Vi sangue saindo da boca dele. (...) Até o meio do caminho [para o hospital de Salgueiro], ele estava com vida, o médico informou. Quando saiu do carro, já tinha perdido o pulso. Tentaram reanimar, ele voltou, mas depois o pulso 'sumiu'", disse a testemunha.
O atirador, que não teve a idade divulgada, fugiu após o crime. "Ele saiu em cima de uma moto com alguém, que já estava esperando para a fuga. Ele deixou o carro dele abandonado na avenida", disse a testemunha.
A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) informou que tomou conhecimento do ocorrido e vai abrir um processo disciplinar contra o PM.
A Polícia Civil afirmou que abriu um inquérito para investigar o caso. Já a Polícia Militar disse que a 1ª Companhia Independente da corporação foi acionada e segue com as buscas para localizar o militar que cometeu o crime.
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