Cláudio Augusto Vieira da Silva, agora ex-secretário da Criança e do AdolescenteAgência Brasil
O ex-secretário enfrentava pelo menos 14 denúncias de assédio, a maioria delas feitas por mulheres. Algumas foram arquivadas anteriormente sob a gestão de Almeida, em janeiro. Com a nomeação da nova ministra, Macaé Evaristo, a investigação foi reaberta na semana passada após a chegada de novas denúncias.
As novas alegações surgiram logo após a demissão do ex-ministro Silvio Almeida, acusado de assédio sexual e moral, com a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) sendo uma das supostas vítimas. Almeida nega as acusações.
Com o surgimento da nova denúncia, a ministra Macaé Evaristo decidiu reabrir as investigações, embora esteja aguardando procedimentos burocráticos antes de realizar mudanças em sua equipe.
A Folha de São Paulo teve acesso à denúncia contra o secretário, que foi enviada ao ministério na última semana de forma anônima. O texto afirma que Silva cometeu 14 das 34 condutas de assédio moral apresentadas no Guia Lilás - diretriz do governo federal sobre prevenção a esse tipo de situação.
Os supostos casos envolvem diversos funcionários do ministério, em sua maioria subordinados a ele e, muitas vezes, os assédios aconteceram contra mulheres, segundo o documento.
O texto ainda afirma que o ex-secretário privilegiava funcionários específicos e segregava, constrangia, desmereceria e exercia um controle excessivo contra quem ele assediava. Há relatos de desqualificação de profissionais e cobrança vexatória, exagerada, desproporcional ou agressiva.
"Tais ações têm sido tratadas como 'brincadeiras' e 'modo de gestão' Neste sentido, é importante afirmar que não se tratam nem de brincadeiras e nem de estilo de gestão, mas sim de práticas de assédio moral no ambiente de trabalho", afirma a denúncia.
Em nota, o ministério declarou que "é pertinente a reabertura do processo para apuração dos novos fatos apresentados" e reafirmou o compromisso de investigar todas as denúncias com rigor, assegurando o direito de defesa e a proteção da identidade das vítimas.
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