Palácio do Itamaraty, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília-DFFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Diretor do departamento de Ciência, Tecnologia e Propriedade Intelectual no Itamaraty, Eugênio Vargas Garcia disse nesta terça-feira, 8, que a agenda tecnológica pode ser o motor do adensamento das relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. Após pontuar que a Califórnia é sede dos maiores fundos globais de venture capital, que investem em empresas nos seus primeiros anos de vida, ele citou os semicondutores entre os potenciais focos de cooperação entre os países.
Ainda que a Ásia, sobretudo Taiwan, domine o fornecimento de chips, o encarregado do ministério das Relações Exteriores observou que a distribuição dos chips maiores é mais equilibrada, abrindo espaço a novos fornecedores.
"O Brasil pode, sim, entrar nesse jogo e atrair investimentos porque a demanda vai aumentar, inclusive nos Estados Unidos", declarou Eugênio durante participação em encontro empresarial Brasil-Estados Unidos na sede da Amcham, a câmara americana de comércio.
O diretor do Itamaraty frisou ainda que o desenvolvimento tecnológico precisa estar conectado à agenda ambiental, já que duas transições acontecem ao mesmo tempo no mundo: uma energética e a outra, digital. Pediu também para os empresários brasileiros olharem com mais atenção para a Costa Oeste dos Estados Unidos. Apesar da atração de centros de negócios do leste do país, como Nova York, a Califórnia, destacou, oferece um mercado sofisticado e de alto poder aquisitivo. Há oportunidades também de maior fluxo de comércio e investimentos em cidades como Seattle, acrescentou Eugênio.
"O setor empresarial pode estar um pouco mais atento à Costa Oeste", defendeu o encarregado do Itamaraty, para quem os temas elencados podem ser colocados em pauta durante a visita do presidente Joe Biden ao Brasil por ocasião das reuniões, marcadas para os dias 18 e 19 do mês que vem, da cúpula do G20.