Rio Grande do Sul - Um vídeo que circula nas redes sociais mostra cenas da ação da Brigada Militar (BM) durante um cerco realizado entre a noite de terça-feira, 22, e a manhã desta quarta-feira, 23, para tentar conter um homem, de 45 anos, que manteve a própria família refém, em Novo Hamburgo. O atirador, que vitimou o pai, irmão e um policial, foi encontrado morto dentro da casa após a polícia tentar fazer negociações por sua rendição.
Nas imagens é possível ver alguns agentes no telhado de uma casa vizinha a do suspeito. Vários tiros são disparados.
Veja o vídeo:
Outra gravação mostra como ficou a residência, cheia de marcas de tiros durante a ação. As paredes internas da casa também podem ser vistas alvejadas. As janelas ficaram quebradas e uma grande quantia de projéteis podem ser observados no chão. Também é possível ver que a casa ao lado foi atingida pelos disparos.
A polícia foi acionada pelo 190 para uma ocorrência de violência familiar. O pai do atirador, identificado como, Edson Fernando Crippa, informou um desentendimento. Existia ainda denúncia de que um casal de idosos estaria sendo mantido em cárcere privado na própria residência.
"Quando a Brigada chegou, ele (o atirador) entrou em surto e passou a disparar nos policiais", disse o secretário de Segurança Pública, Sandro Caron de Moraes.
As residências de vizinhos foram evacuadas como medida de precaução. "Após tentativa de negociação, conversa, aproximação, em nenhum momento o suspeito foi receptivo. Conseguimos encontrar um número de telefone que seria o dele. Tentamos contato, mas também não foi possível falar com ele", relatou o tenente-coronel Alexandro Famoso, comandante do 3.º Batalhão de Polícia Militar de Novo Hamburgo.
"Em todo momento em que se tentava interação, resolver a ocorrência da melhor forma possível, se começavam a ouvir disparos", acrescentou.
Após horas de cerco, houve a invasão. Com Crippa havia duas pistolas, uma calibre 9 mm e uma calibre .380, e mais duas carabinas, além de três carregadores e farta munição.
Veja são os mortos
O atirador matou pelo menos três pessoas e deixou outras nove feridas. Um dos mortos é o soldado Everton Kisch Júnior, 31. Ele era policial há seis anos e deixa a mulher e um filho de apenas 45 dias. O outro é o pai do atirador, identificado como Eugênio Crippa, um idoso de 74 anos, e o irmão Everton Crippa, 49.
Entre os feridos estão outros parentes do homem, a mãe e a cunhada. Além deles, outros seis policiais e um guarda municipal também tiveram ferimentos.
Feridos
- Cleris Crippa, 70 anos (mãe do atirador): foi baleada três vezes. Está em estado estável na UTI do Hospital Centenário de São Leopoldo.
- Priscilla Martins, 41 anos (cunhada): foi baleada uma vez. Está em estado estável na UTI do Hospital Centenário de São Leopoldo.
- Rodrigo Weber Voltz, 31 anos (policial militar): foi baleado três vezes. Está em estado grave na UTI do Hospital Municipal de Novo Hamburgo.
- João Paulo Farias Oliveira, 26 anos (policial militar): foi baleado uma vez. Está em estado grave na UTI do Hospital Municipal de Novo Hamburgo.
- Joseane Muller, 38 anos (policial militar): foi baleada uma vez. Está em estado estável no Hospital da BM, em Porto Alegre.
- Eduardo de Brida Geiger, 32 anos (policial militar): foi liberado do hospital após ser baleado de raspão.
- Leonardo Valadão Alves, 26 anos (policial militar): foi liberado do hospital após ser baleado de raspão
- Felipe Costa Santos Rocha (policial militar): foi liberado do hospital após ser baleado de raspão.
- Volmir de Souza, 54 anos (guarda municipal): foi baleado uma vez. Deu entrada no Hospital Municipal de Novo Hamburgo e foi transferido para o Hospital da Unimed, em Novo Hamburgo.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.