Indústria tem o segundo maior consumo de energia elétrica da série histórica desde 2004, informa o levantamentoFernando Frazão/Agência Brasil

O consumo de energia elétrica no Brasil atingiu 46.281 gigawatts-hora (GWh) em setembro, alta de 4,1% comparado a setembro de 2023, de acordo com a Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia. A indústria liderou novamente a alta do mês, com taxa de 5,8% em setembro, enquanto o consumo residencial cresceu 3,9% e o comercial, 1,5%.
"A Indústria tem o segundo maior consumo da série histórica desde 2004, perdendo apenas para agosto. Entre os 37 setores monitorados, 28 consumiram mais e a metalurgia liderou", informou o levantamento.
Entre os dez setores mais eletrointensivos da indústria, nove expandiram o consumo, cinco deles acima da média geral. Destaque para metalurgia (+366 GWh; +9,4%), que respondeu sozinha por quase metade de toda expansão do consumo da indústria no período, com crescimento dividido entre a produção de alumínio e a siderurgia. O setor têxtil, com queda de 0,5%, foi o único que reduziu o consumo de eletricidade em setembro.
O consumo de energia elétrica nas residências foi de 14.217 GWh em setembro, expansão de 3,9% frente ao mesmo mês de 2023. "Embora o consumo residencial tenha crescido, ele tem desacelerado em comparação aos meses anteriores. Temperaturas acima da média, ondas de calor, baixa umidade e falta de chuvas em grande parte do País contribuíram para a ampliação do consumo da classe", avaliou a EPE.
O consumo por região
Todas as regiões registraram taxas positivas de consumo de eletricidade residencial no mês: Norte (+8,0%), Sul (+5,9%), Centro-Oeste (+4,4%), Sudeste e Nordeste (+2,8%, ambos).
Já o consumo de eletricidade da classe comercial ficou em 8.130 GWh em setembro, adição de 1,5% contra setembro de 2023, sendo a menor taxa desde fevereiro de 2023. Com exceção do Centro-Oeste (-4,5%), todas as outras regiões consumiram mais energia elétrica: Norte (+4,6%), Sudeste (+2,3%), Nordeste (+2,2%) e Sul (+0,1%).
Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre, com 20.223 GWh, respondeu por 43,7% do consumo nacional de energia elétrica em setembro, com crescimento de 11,6% no consumo e de 43,8% no número de consumidores, na comparação com setembro de 2023. Já o mercado regulado, atendido pelas distribuidoras, com 26.058 GWh, respondeu por 56,3% do consumo nacional em setembro, queda de 1,1%. O número de unidades consumidoras aumentou 1,2% no período, apesar da migração de consumidores para o mercado livre No mercado regulado, o Norte registrou a maior expansão do consumo (+4,1%) e número de consumidores cativos (+3,4%).
No Rio Grande do Sul, Estado atingido em maio por fortes chuvas e inundações históricas, o impacto sobre o consumo de eletricidade tem se atenuado, registrando alta de 4,3% em setembro, contra setembro de 2023, informou a EPE. A alta ficou próxima à registrada por outros Estados da região Sul, o que indica a retomada à normalidade do consumo após a tragédia.