Comumente, casos de adolescentes que estão à espera do seu primeiro filho causam incômodos na sociedade como um todo. Discursos voltados à responsabilização de pais e tutores são fundamentais na educação dos filhos, já que o diálogo aberto sobre sexualidade, relacionamentos e consentimento, pode gerar um ambiente seguro na abordagem do tema de forma natural e sem tabus.
Segundo dados do Ministério da Saúde e do IBGE, cerca de 20% das adolescentes entre 15 e 19 anos já foram mães ou engravidaram pelo menos uma vez. No Brasil, a taxa de nascimentos de crianças filhas de mães entre 15 e 19 anos é 50% maior do que a média mundial.
"Esses números chamam atenção para a necessidade urgente do fortalecimento da educação sexual e do aumento ao acesso a métodos contraceptivos. Não existe uma idade exata que seja ideal para a abordagem sobre educação sexual, mas é importante que, desde cedo, questões de anatomia, saúde e respeito ao próprio corpo em idades apropriadas sejam estimuladas", ressalta a psicóloga Cláudia Melo, especialista em crianças e adolescentes.
Para a profissional, é aconselhável uma abordagem empática e sem julgamento para a contribuição no desenvolvimento da mentalidade dos jovens. Cláudia também acredita que deve haver um esforço conjunto para conscientização sobre o tema.
"Um esforço conjunto entre escola, família e comunidade direciona a educação como a melhor saída e solução. Torna-se essencial promover acesso a serviços de saúde que ofereçam orientação e contracepção eficaz. Os psicólogos também são responsáveis pela discussão sobre a necessidade de capacitar os educadores para que se sintam confortáveis na condução dessas conversas".
A legislação brasileira, através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei nº 9.394/1996 – estabelece que o ensino nas escolas deve incluir questões relacionadas à saúde, à sexualidade e aos direitos humanos.
Além disso, o Sistema Nacional de Educação e as Diretrizes Curriculares Nacionais sugerem a inclusão de temas de educação sexual. Embora haja recomendação legal, a implementação prática varia muito entre escolas e regiões.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.