Jovem e familiares foram agredidos, roubados, e até mesmo idosos passaram por momentos de terror dentro do circoReprodução/Redes Sociais

A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) está à procura de cinco criminosos que assaltaram um circo, agrediram adultos e idosos, e estupraram uma jovem na frente de sua família. O crime aconteceu na sexta-feira (22), em Central do Maranhão, localizada a 68 km de São Luís, por volta das 23h, cerca de 40 minutos após o encerramento do último espetáculo do circo. No momento, estavam presentes os donos do circo, funcionários e familiares.

Os criminosos, armados e extremamente violentos, invadiram o local, roubando dinheiro e objetos pessoais. Após o assalto, dois dos homens arrastaram a jovem artista circense para o interior de um trailer, onde a violentaram sexualmente. A porta do trailer estava aberta, o que fez com que a família da vítima presenciasse o crime. Dentro do trailer, também estava a filha da vítima, uma bebê de apenas um ano.

Durante a ação, outros integrantes da família e funcionários do circo foram agredidos, incluindo dois idosos, pais dos donos do circo. Uma das vítimas idosas, que tem Alzheimer, sofreu ferimentos.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Cururupu, mas, até o momento, nenhum dos suspeitos foi preso.
Nas redes sociais, a vítima se posicionou após a repercussão do caso. "Não aconteceu nada com minhas filhas, graças a Deus. Cinco bandidos armados chegaram, armados, mandando a gente se jogar no chão. Botaram a minha cabeça em uma pilastra, botaram uma arma na minha cabeça. [...] Eles chegaram pedindo dinheiro e saíram me arrastando pelos cabelos, enquanto outro me levou para dentro do trailer onde estava minha filha, de um ano, dormindo."
A artista revelou que um dos criminosos já havia assistido a suas apresentações no circo e, possivelmente, premeditou o abuso. Durante o ataque, ele chegou a disparar contra ela, mas, felizmente, o tiro não a atingiu.
"Ele deu um tiro. Eu senti Deus comigo. Deus fez ele errar a bala para não acertar em mim. Ele botou uma arma na minha cabeça e atirou", relata. Durante o crime, a jovem comenta que só conseguia passar a mão na filha. "Estou tentando ser forte, pela minha família, por mim também, mas não vou dizer que estou bem. Estou com ódio, mas feliz por ter conseguido proteger minha família."
O circo, que pertence a uma família do Pará, estava em turnê pela região da baixada maranhense. Em entrevista a Globo pela JM1, a mãe da jovem e proprietária do circo descreveu o trauma vivido pela família e pediu justiça.

"Estamos indignados, revoltados, sentindo-nos impotentes diante de uma situação que nunca imaginamos viver. Não temos relatos de algo assim acontecendo com outros circos. É uma tristeza enorme que tamanha atrocidade tenha ocorrido em nossa região. Sabemos que não somos a primeira família a passar por isso, mas clamamos por justiça e pedimos que as autoridades tomem providências", afirmou.
Autoridades condenam o crime

Devido à gravidade do caso, diversas autoridades do Maranhão manifestaram repúdio e solidariedade às vítimas. O governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), destacou que o sistema de segurança do estado está empenhado em identificar e prender os responsáveis. Ele também garantiu que as vítimas receberão assistência da Delegacia Especial da Mulher, da Casa da Mulher Brasileira e da Secretaria da Mulher.

"Nosso sistema de segurança está focado em identificar e prender os responsáveis pelo ataque à jovem circense e sua família. Não vamos tolerar que as pessoas tenham sua paz retirada e sejam violentadas dessa forma. Informo que equipes especializadas darão toda a assistência necessária às vítimas", declarou o governador por meio de uma rede social.

A Secretaria de Estado da Mulher (SEMU) também emitiu uma nota de repúdio, manifestando solidariedade às vítimas e reiterando o acompanhamento das investigações.

"A SEMU manifesta seu repúdio às atrocidades sofridas pela jovem circense e sua família. Estamos acompanhando as investigações para que os agressores sejam punidos com o rigor da lei. Reafirmamos nosso compromisso no combate a qualquer tipo de violência, sobretudo contra as mulheres, e conclamamos a sociedade a se unir por uma sociedade mais justa e segura", diz a nota.

Repúdio nas redes

O caso provocou indignação e repúdio em todo o país. Nas redes sociais, foi criado uma hashtag que se tornou um símbolo de mobilização nacional, unindo vozes em apoio à vítima e pressionando por respostas rápidas das autoridades.
Um dos internautas comenta: "Não tenho psicológico para ficar acompanhando esses assuntos de estupro, me da muito gatilho, mesmo que eu não tenha motivo. Mas, sou mulher e sinto e entendo o absurdo que está acontecendo nesse país podre. QUE PAÍS É ESSE?"
Outro usuário comenta o quão revoltante é o crime. "É inadmissível que mulheres e crianças ainda passem por esse tipo de violência. Não dá pra aceitar algo tão cruel e covarde."