Tribunal Regional Federal da 4.ª Região abriu um processo administrativo para verificar a conduta do juizReprodução
CNJ afasta juiz citado no relatório do golpe por 'assessorar' PL em campanha contra urnas
Documento da PF afirma que Sandro Vieira atuou de forma ilegal
São Paulo, 28 - O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que fiscaliza o Poder Judiciário, afastou o juiz Sandro Nunes Vieira, da 1.ª Vara Federal de Paranaguá, no Paraná, por suspeita de envolvimento na campanha do Partido Liberal para desacreditar as urnas eletrônicas.
Até a publicação deste texto, o Estadão buscou contato com o magistrado, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação.
O juiz Sandro Vieira foi citado no relatório final do inquérito do golpe, elaborado pela Polícia Federal, que levou ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de 36 aliados.
O afastamento foi determinado pelo ministro Mauro Campbell, corregedor nacional de Justiça, em uma decisão sigilosa. O ministro despachou após ter sido notificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a conduta do magistrado.
O relatório da Polícia Federal afirma que o juiz "atuou de forma ilegal e clandestina, ao assessorar o Partido Liberal na representação eleitoral contra as urnas eletrônicas".
O PL foi multado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em R$ 22,9 milhões por questionar a segurança das urnas e pedir a anulação de parte dos votos após o segundo turno. Os ministros concluíram que houve "má-fé" do partido de Bolsonaro.
O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) também abriu um processo administrativo para verificar a conduta do juiz. Procurada, a Corte informou que vai cumprir todas as determinações do CNJ.
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