Governador de Goiás, Ronaldo Caiado e o prefeito eleito de Goiânia, Sandro MabelReprodução/redes sociais
Ambos foram investigados pelo uso do Palácio das Esmeraldas, sede do governo, em eventos de apoio à candidatura de Mabel após o primeiro turno das eleições municipais. Para a Justiça, esses eventos denotam abuso de poder político, já que Caiado teria feito uso das estruturas públicas para apoiar seu candidato.
"O bem imóvel utilizado pelo investigado Ronaldo Caiado para a realização dos eventos constitui bem público de uso especial nos termos do artigo 99, inciso II, do Código Civil Brasileiro. As imagens dos vídeos que instruem a inicial demonstram que o ambiente estava preparado para a oferta de alimentos e bebidas aos convidados e contava inclusive com decoração", explica o documento.
O texto também cita declarações atribuídas a Ronaldo Caiado em um dos vídeos mencionados: "Vocês não estão aqui como pessoa física, não, vocês estão aqui como líderes que vocês são e vocês colocaram seus nomes para disputar uma eleição municipal! Então, se vista desta credencial e volte com muita humildade: 'Olha, agradecer o voto. Não fui eleito, mas você pode saber que eu continuarei na luta política porque eu ao ter o Sandro Mabel lá na prefeitura, eu tenho acesso para resolver os problemas da minha região e ele vai resolver porque tem o apoio do governador Ronaldo Caiado', apoio incondicional meu. E que vou estar na minha campanha, ao lado dele, em tempo integral".
Além da pena de inelegibilidade de oito anos, Caiado, Mabel e Cláudia Lira (Avante) foram condenados ao pagamento de multas. O governador pagará R$ 60 mil à Justiça, enquanto Sandro pagará R$ 40 mil e Lira, R$ 5.320,50.
"Independente da efetiva quantidade de eleitores diretamente atingidos, não se pode ignorar o fato de que os mencionados eventos tiveram ampla divulgação na mídia e redes sociais, pelo que ostentam gravidade suficiente para comprometer a legitimidade e a normalidade do pleito, estando, portanto, caracterizado o abuso do poder político", afirma o MP Eleitoral no parecer.
Em nota, a defesa de Sandro Mabel informou que vai entrar com recurso e reafirmou que "não houve qualquer irregularidade na conduta apontada". Ainda citou que, como a sentença não prevê execução imediata, ele e sua vice devem ser diplomados no próximo dia 19 de dezembro e tomar posse em 1º de janeiro de 2025.
Como Caiado recebeu apenas uma decretação de inelegibilidade, sua gestão atual não será impactada. A equipe do governador ainda não se manifestou.
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