Lucas curtindo licença-paternidade ao lado da famíliaDivulgação

Quando Lucas Warth, CFO e COO da Linus, soube que seria pai pela segunda vez, ele não sabia que a experiência de ser presente nos primeiros dias de vida de seu filho mudaria sua visão sobre o equilíbrio entre vida profissional e familiar. Com a empresa oferecendo licença paternidade de 30 dias, Lucas teve a oportunidade de vivenciar um momento único ao lado de sua esposa e filhos, algo que não foi possível com o nascimento de seu primeiro filho.
“Ter 30 dias de licença-paternidade foi uma experiência transformadora, ainda mais porque, com o meu primeiro filho, não tive essa oportunidade”, conta Lucas. “Esse tempo me permitiu estar ainda mais presente nos primeiros momentos, acompanhando de perto cada detalhe e ajustando a nova rotina da nossa família.”
A chegada de um bebê traz consigo mudanças significativas na dinâmica familiar. E, para Lucas, os 30 dias de licença não foram apenas uma pausa do trabalho, mas um período essencial para fortalecer os laços com seu filho recém-nascido e também com o filho mais velho, que pôde vivenciar essa fase com ele.
“Além de criar um vínculo forte com o recém-nascido, pude me aproximar ainda mais do meu filho mais velho, que também viveu essa fase ao nosso lado. Foi um período de momentos realmente especiais e de qualidade com a família”, afirma Lucas, que reforça a importância do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Durante esse período, Lucas teve a chance de dividir com sua esposa as demandas de cuidar do bebê, o que, segundo ele, foi essencial. “Entendo o quanto um recém-nascido exige da mãe, e estar ali para dividir as demandas e viver esses dias intensos juntos foi essencial. Esses 30 dias fortaleceram nossa dinâmica familiar e criaram uma base de parceria para tudo o que ainda vem pela frente”, explica.

Embora o período tenha sido de total imersão familiar, Lucas também confessa que conseguiu, sim, descansar um pouco. “Porque pai também cansa!” diz, com humor.

Esse momento vivido por Lucas ilustra como a licença paternidade de 30 dias não é apenas um benefício para os pais, mas também para toda a família, possibilitando uma adaptação mais tranquila à nova rotina e criando um ambiente mais equilibrado para todos.

A experiência de Lucas Warth serve de exemplo para muitas famílias que, assim como ele, podem se beneficiar de um tempo maior de convivência, demonstrando o impacto positivo que a licença paternidade pode ter na vida de pais e filhos.
Empresa inova e adota licença-paternidade de 30 dias
A empresa onde Lucas trabalha, a Linus,deu um passo importante rumo à equidade de gênero e à valorização da vida familiar ao implementar a licença-paternidade de 30 dias para seus colaboradores. Segundo Isabela Chusid, CEO e fundadora da empresa, essa iniciativa vai além de um benefício. “Muito do que a gente faz na Linus é com o objetivo de promover bem-estar para nossa comunidade, e isso inclui nossos colaboradores. Além de garantir mais conforto para eles, oferecer uma licença-paternidade estendida se alinha às nossas iniciativas de equidade de gênero e reforça o papel do pai neste momento tão importante para as famílias”, destaca.

Além de trazer benefícios para os funcionários, a política também gerou impactos positivos para a própria empresa. A licença estendida contribuiu para o aumento do bem-estar dos colaboradores, que retornam mais engajados e produtivos após o período dedicado à família. “Isso nos trouxe ganhos de engajamento e produtividade na volta ao trabalho, além de ser um fator importante para a retenção de talentos na empresa”, explica a CEO.

A iniciativa reflete o compromisso em equilibrar vida profissional e pessoal, demonstrando que investir em políticas humanas pode ser um diferencial competitivo e, ao mesmo tempo, um estímulo para a criação de ambientes corporativos mais saudáveis e igualitários.
Licença-Paternidade estendida e e seus benefícios para pais e empresas
Atualmente, a licença-paternidade no Brasil é um benefício garantido pela CLT, mas com uma duração bastante limitada. Para os pais que acabam de ter filhos, o período de afastamento das suas atividades profissionais é de apenas cinco dias. Isso está longe de ser ideal para muitos, especialmente quando se observa a crescente demanda por um apoio mais significativo nesse momento crucial da paternidade.
Uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha revelou que 76% dos brasileiros acreditam que a licença-paternidade deveria ser estendida legalmente, refletindo uma necessidade percebida por grande parte da população. Entretanto, essa mudança ainda não foi incorporada à legislação brasileira de forma ampla. No entanto, algumas empresas já oferecem a licença-paternidade estendida por iniciativa própria, uma prática que vem ganhando destaque e mostrando os benefícios de um período maior de afastamento para os pais.

Apesar disso, o que se observa é que a licença-paternidade estendida, como um direito legal, ainda está em discussão. A dúvida que fica no ar é: esta extensão de dias é garantida por lei? E, caso uma empresa se recuse a conceder esse benefício, o trabalhador pode buscar a Justiça para assegurar o seu direito?

Para esclarecer essas questões e entender melhor o impacto de uma licença-paternidade mais longa, entrevistamos a advogada especializada em Direito Trabalhista, Cíntia Possas, que explicou como funciona a licença-paternidade estendida e as possibilidades legais para quem deseja exigir esse direito.

"A licença paternidade prevista pela CLT é de 5 dias consecutivos. Já a licença paternidade estendida é um benefício adicional que pode ser oferecido pelas empresas, estendendo o período de afastamento. Esse benefício é normalmente associado ao programa Empresa Cidadã, que permite a extensão por mais 15 dias, totalizando 20 dias de licença paternidade".

Benefício de 20 dias depende da adesão ao Programa Empresa Cidadã

Para ampliar o período de 5 para 20 dias, é necessário que a empresa participe do programa governamental. “A licença-paternidade estendida é obrigatória apenas para as empresas que aderem ao Programa Empresa Cidadã. Fora desse contexto, trata-se de uma prática voluntária”, esclarece.

O trabalhador que deseja usufruir da licença estendida precisa atender a algumas condições. “O pai deve estar empregado em uma empresa que faça parte do Programa Empresa Cidadã, requerer a extensão no prazo de dois dias úteis após o parto ou a adoção e comprovar participação em atividades de orientação sobre paternidade responsável”, afirma a advogada.

Cíntia ressalta ainda que, caso uma empresa participante do programa negue a extensão do benefício, o trabalhador pode buscar a Justiça do Trabalho para reivindicar o direito. “Se a empresa aderiu formalmente ao Programa Empresa Cidadã e não concede a licença-paternidade estendida, o funcionário pode recorrer com base na Lei nº 11.770/2008”, explica.

Impactos para famílias e empresas

A advogada destaca os benefícios da licença-paternidade estendida tanto para os pais quanto para as empresas. Segundo ela, o maior período de afastamento permite que o pai participe mais ativamente dos primeiros dias de vida do filho, fortaleça o vínculo afetivo e ofereça suporte à mãe. Para as empresas, há vantagens estratégicas. “A adoção da licença estendida contribui para a satisfação e lealdade dos trabalhadores, além de melhorar a imagem corporativa e ajudar na retenção de talentos”, afirma.

Embora a prática esteja se tornando mais comum em grandes empresas e multinacionais, a adesão ao programa ainda é limitada no Brasil. “Pais que não podem usufruir da licença-paternidade estendida enfrentam desafios como a dificuldade de criar um vínculo inicial com o bebê e de oferecer suporte à mãe no pós-parto, além da pressão emocional de conciliar responsabilidades familiares e profissionais”, diz Cíntia.