Golpistas levaram caos a Brasília no dia 8 de janeiroJoedson Alves/Agencia Brasil
'Abraço pela democracia': evento marca dois anos dos atos golpistas do 8 de janeiro
Cerca de 21 obras serão devolvidas ao acervo da Presidência
A tentativa de golpe contra a democracia no Brasil completa dois anos nesta quarta-feira (8), ocorridos em 8 de janeiro de 2023. A memória dos atos de ataque à soberania do povo, que causaram danos ao patrimônio físico e imaterial dos Três Poderes, será lembrada pela recuperação das obras de arte destruídas e um abraço simbólico à democracia com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Praça dos Três Poderes.
O evento de hoje será dividido em quatro etapas. A primeira será realizada na sala de audiências do Planalto, marcado para às 9h30, com a reintegração de obras de arte restauradas, que foram vandalizadas por golpistas.
O Planalto escolheu destacar o retorno de um relógio de pêndulo do século 17, consertado na Suíça sem custos para o governo brasileiro a tempo para a comemoração, e de uma ânfora portuguesa em cerâmica esmaltada por simbolizarem a dificuldade do processo de reparo.
O relógio foi feito por Balthazar Martinot, relojoeiro da corte francesa, e foi trazido ao Brasil por Dom João VI, que se tornou rei de Portugal. A peça é feita de casco de tartaruga e com um bronze que não é fabricado há dezenas de anos.
De acordo com o governo, serão entregues 21 obras restauradas em um laboratório montado no Palácio da Alvorada.
No segundo momento será feito o descerramento da obra As Mulatas, de Di Cavalcanti. A peça, que ficava no terceiro andar do Planalto, foi furada e rasgada por extremistas. Além disso, cinco alunos do Projeto de Educação Patrimonial entregarão ao presidente Lula réplicas que produziram da ânfora e de As Mulatas.
O terceiro ato será marcado por discursos de autoridades, no Salão Nobre do Palácio do Planalto. Foram convidados ministros do governo, parlamentares, governadores e ministros de tribunais superiores, entre os quais Alexandre de Moraes, que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições de 2022 e relata no STF os casos que tratam dos atos golpistas.
Por fim, será feito um ato simbólico chamado "Abraço da democracia", na Praça dos Três Poderes. O presidente e os demais convidados da cerimônia descerão a rampa do Palácio do Planalto com as principais autoridades e encontrará o público para esse abraço.
De acordo com integrantes do governo, a previsão é que até mil pessoas participem do evento, que contará com a participação de 60 entidades representativas.
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