Segundo o Superior Tribunal de Justiça, nenhum ministro tinha conhecimento das irregularidadesArquivo/Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira, 18, uma nova fase da Operação Sisamnes, que investiga a venda de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Uma pessoa foi presa preventivamente. Os policiais federais também fizeram buscas em quatro endereços no Tocantins.

Segundo as investigações, foi identificada uma rede clandestina de monitoramento, comércio e repasse de informações sigilosas sobre o andamento de investigações sensíveis supervisionadas pelo Superior Tribunal de Justiça, frustrando, assim, a efetividade de operações policiais.

Com base em informações e provas colhidas na primeira etapa da operação, deflagrada em novembro de 2024, os policiais federais investigam crimes de obstrução de justiça, violação do sigilo funcional e corrupção ativa e passiva.

A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O STF ainda determinou medidas de afastamento das funções públicas, proibição de contato e saída do País e recolhimento de passaportes.

Na primeira fase da Operação Sisamnes, a PF prendeu o empresário Andreson Gonçalves, o "lobista dos tribunais", e fez buscas em endereços de auxiliares de ministros do STJ. Os servidores foram afastados e também são investigados administrativamente. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, nenhum ministro tinha conhecimento das irregularidades.

O suposto esquema de venda de decisões judiciais envolveria advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados de Tribunais de Justiça estaduais.
Procurado, o STJ não havia se manifestado até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.